quarta-feira, 30 de agosto de 2017

KOYLE RESERVA SYRAH 2011

UM SYRAH DE RESPEITO




Com um aporte del 13% de Carmenere este Koyle Reserva foi uma grata companhia num almoço no Grand Cru Alphaville, onde é possível levar a mesa vinhos ao preço das prateleiras.
Do almoço poucas e não tão boas lembranças, mas fiquei super bem impressionado com este grande exponente chileno do Vale de Colchagua.


Se apresenta dum roxo escuro e em nariz solta aromas especiados, herbáceos e de cassis bem marcantes: Também aparecem  torrados produto do seus 12 messes em barricas de carvalho do 60% do produto final.
Em boca é elegante (bom aporte do winemaker com aquela porcentagem de Carmenere), frutado, corpo meio, bem estruturado e com sabores intensos...o final é longo e delicado.



a Grand Cru o importa e sai por 89 reais, um RPQ B+

terça-feira, 15 de agosto de 2017

RIOJA - BODEGAS MUGA


 EGG on the road 

 ENOTURISMO LEVADO A SERIO 

Uma das vinícolas tradicionais e lendárias de Haro e que não podíamos deixar de visitar, aquelas do seleto grupo que circundam a famosa estação.
Bodegas Muga, fundada por Isaac Muga em 1932 é um player gigante em Rioja, com uma produção de quase 2 milhões de garrafas anuais, das quais  exporta quase a metade.
Hoje o 100%  da vinícola voltou a pertencer a família, a terceira geração dos Muga- Caño.

Alem de produzir vinhos de fama internacional é uma das poucas que produz suas próprias barricas de carvalho, importando a madeira e curando elas no exterior por ao menos dois anos para logo servir como matéria prima para as barricas.

 

A bodega dispõe dum mestre de cubas e trés toneleiros, caso único na Espanha. os que transformam a madeira em barricas, umas 2.000 ao ano.
O interesse da visita nesta famosa bodega familiar se focava na produção das barricas como um elemento diferenciador...neste sentido a guia oferece uma explicação detalhada de como é todo o procedimento desde que a madeira chega, bem educativo.
 

O universo do enoturismo na Rioja é grande, mas Bodegas Muga oferece este diferenciado, a possibilidade de visitar as oficinas onde o carvalho é trabalhado e com sorte, ver a produção duma barrica.


 



Aqui o enoturismo, mesmo em Maio mês da nossa visita, é intenso. A vinícola recebe mais de 20.000 visitas anuais, e nós participamos do tour com um grupo de ao menos 10 americanos. O tour, clássico, alem das oficinas de produção de barricas,conta a historia da vinícola e passeia pelas distintas áreas de produção. 


Bodegas Muga oferece um cardápio recheado com opções para o enoturismo e para todos os bolsos: desde viagens exclusivos em balão sobrevoando Rioja com almoço incluído até a clássica visita a bodega com degustação.
Para info mais completa, detalhada e atualizada, chequem este link: http://www.bodegasmuga.com/enoturismo-rioja/actividades/



A visita percorre as naves onde as barricas com os caldos são estibadas mas também as cavas onde as joias das velhas safras são guardadas, a quantidade impressiona.




Não participei da cata clássica inclusa no tour por motivos da agenda, mas voltei após a visita de outra bodega da estação para uma cata privada oferecida gentilmente pelo departamento de relações publicas da bodega, representado por Berta Cueva Garcia, com quem coordenamos tudo com antecedência e agradecemos o detalhe.




O wine bar é realmente agradável para passar e beber as joias da bodega, neste sentido a flexibilidade da vinícola em referencia ao enoturismo é total, deixando ao consumidor escolher a sua melhor opção, como a de visitar só o wine bar e pagar por taça por exemplo.



Eu catei só dois vinhos, o primeiro foi o Muga Crianza 2013

Os crianza constituem em Rioja os motores de qualquer bodega, e Muga não escapa dessa premissa. A relação preço qualidade os coloca como os preferidos para os consumidores na hora da compra como também para acompanhar o tapeo, arraigado na cultura espanhola.
Este Crianza 2013, que passa 24 messes em barricas e 12 messes engarrafado antes de sair ao mercado, é um tempranillo, mas com aportes de garnacha, mazuelo e graciano.
Nariz intensa e convidativa, muita fruta vermelha, bem floral.
Em boca entra fresco, licoroso, equilibrado; Bom final com persistência media alta.
Na faixa dos 15 Euros lá...aqui a sua importadora Epice não revela o preço no site. 

O grande finale foi este Prado Enea Gran Reserva 2009.

Um vinho de guarda e de culto, outro tempranillo com pequenos aportes de garnacha, mazuelo e graciano.
12 messes  em depósitos de carvalho, mas outros 36 messes barricado e outros 36 em garrafa antes de sair a venda.
Conhecia e tinha gostado a safra 2006, no 2007 e 2008 o vinho não se produz, pois é elaborado só em safras especiais, e a 2009 é sem duvidas uma delas.
Caldo de gente grande, com uma primeira nariz 
Nariz especiada, frutada, algo doce.
Palato sedoso, taninos presentes mas que serão domados com a evolução em garrafa.
Vinho bem estruturado e com explosão de fruta, num surpreendente equilíbrio.
Voluminoso, fresco e com grande poder de evolução. Final de filme pedindo mais.
Evolução que seguirei pois penso abrir os dois adquiridos daqui a 2 anos e desfruta-lo a garrafa inteira, gole a gole, taça a taça., porque nunca uma taça é igual a outra em vinhos desta catega.

Não e um vinho barato, na faixa os 35 a 45 Euros lá, mas não é caro pelo que entrega...emoções em cada taça.

Resumo da opera: Vinícola que merece ser visitada, vinhos de qualidade, bodega lendária e a possibilidade de entender como uma barrica é feita.

Gracias Bodegas Muga!

Bodegas Muga
Barrio de la Estación s/n
Haro - Rioja

terça-feira, 8 de agosto de 2017

RIOJA - VIVANCO RESTAURANTE


 EXCELENTE CUSTO BENEFICIO  
 EGG on the road 
 Eno turismo 

O mundo dos restaurantes nas vinícolas acostuma ser uma roleta rusa, com preços muitas vezes fora de padrão mas principalmente com cozinhas que não entregam um bom custo beneficio.
Alguns são chiquérrimos a mais, outros exageram no visual dos pratos, outros entregam pouco pelo que custam... é bom então destacar aqueles que se esforçam por brindar uma experiencia culinária num ambiente aconchegante, com ingredientes do mercado sem que a visita doa no bolso.

Inicialmente acostumo desconfiar deste tipo de experiencias, mas no caso do restaurante Vivanco, localizada dentro da Bodega, a cozinha comandada com estilo por Patricia Cuenca oferece uma proposta moderna com contraste de sabores e de qualidade, por um custo razoável. 


Nos degustamos em versões reduzidas vários pratos da carta, de diferentes menus já montados e assim ter uma ideia completa do nível que a cozinha atinge.

Começamos com um bom jamón e um delicioso e aditivo pão de cristal; Porção que pareceu o tamanho real do prato, generoso é um promissor começo.
O pão de cristal é coisa séria, crocante, leve e com pouco miolo...acabei girando por padarias em Haro o procurando, sem sorte.


Uma das estrelas do almoço foi este foie com caviar.

A untuosidade do foie de pato marinhado em vinho contrastou bem com o caviar...prato de difícil equilíbrio mas perfeitamente conseguido; a crocancia, necessária, aportada pelas torradinhas e a farofa. Prato que entre pelos olhos mas que confirma no palato as expetativas criadas.
harmonização acertadíssima com o 4 Varietales da bodega, cujas grandes sensações comentei na matéria sobre a visita a bodega: https://enogastrogringo.blogspot.com.br/2017/08/rioja-bodega-e-museu-vivanco.html




Continuamos com as alcachofas recheadas, prato que não fico tatuado na minha memoria mas uma entrada quente bem harmonizada com o branco tri varietal da casa. 





Nos principais a merluza com molho de camarões estava delicada e convidativa.
Pimentões vermelho e verdes, cebolas apenas caramelizada no azeite e zucchinis aportaram o toque da terra; O purê de batatas, clássico, aportou a cremosidade, a textura faltante.
Leve e saboroso, excelente apresentação; O branco tri varietal também foi um bom parceiro aqui.


O serviço é outro destaque, os pratos chegam nos tempos corretos, na temperatura certa, e o atendimento da Sonia primoroso, nos explicando ao detalhe cada uma das iguarias.


Mesmo super satisfeitos fizemos questão de experimentar e dividimos um ibérico com champignones e zucchinis em fundo de purê de batatas, outro prato delicado e equilibrado.
Destaque para os cogumelos, que dividiram o protagonismo com o ibérico, grande textura, tamanho e sabor. 

Neste ultimo o Vivanco Reserva 2011 não pareceu o sócio perfeito, o prato pedia algo mais leve, mas estava delicioso e não sempre tudo deve harmonizar.
Harmonizei com o branco e logo o desfrutei ao fim do almoço, um dos melhores custos benefícios da região, como mencionei na matéria sobre o museu e a bodega.
Outros do que comprei mas que os torpes da Tap/Azul quebraram ao despachar a bagagem.  








Fechamos e com chave de ouro a refeição com uma peras ao vinho (tempranillo), com sorvete e escarcha de zurracapote, uma bebida local macerada a base de vinho, açúcar, limão e canela.
Original e autóctone.


A dica então, para quem visita Rioja, é a de dedicar um dia completo em Bodegas Vivanco, sem presas, curtindo tudo o que o museu tem a oferecer, que é muito como apontado na matéria anterior, fazendo um corte para aproveitar este restaurante de excelente custo beneficio, com menus que começam na faixa dos 35 Euros (uns 130 reais) com vinho incluso.


O pequeno povoado de Briones, na foto ao fundo, merece ser visitado e completou um dia mágico para nós.

Agradecemos a toda a família Vivanco os mimos recebidos.


Bodegas Vivanco
Carretera Nacional 232, Briones
La Rioja




sexta-feira, 4 de agosto de 2017

RIOJA - BODEGA E MUSEU VIVANCO


 VISITA IMPRESCINDÍVEL 
EGG on the road 



Nesta bela paisagem da Rioja Alta, no povoado de Briones se ergue a Bodega Vivanco, obrigatória para quem planeja as suas ferias eno turísticas em Rioja. 

A bodega é injustamente pouco reconhecida pela qualidade do seus vinhos, de excelente RPQ em muitos casos, mas existe uma razão de peso: o Museo Vivanco de la Cultura del Vino, no mesmo complexo e também pertencente a Família Vivanco rouba todas as atenções, sendo de visita imperdível pois narra, mostra e vivencia a historia do vinho desde seus origens.
O museu é uma visita que deve ser planejada para dedica-lhe o tempo suficiente, pois a quantidade e qualidade do material aqui exibido é de tirar o fôlego.

     

São 4.000 m2 em seis salas, uma tão imperdível quanto a outra.A recompilação histórica com manuscritos, pinturas, obras de arte em geral, lagares, maquinarias, peças é verdadeiramente impressionante, tudo aggiornado aos tempos de hoje, museu moderno bem didático, interativo e educativo.


Existe uma explicação minuciosa e detalhada de todos os tipos de uva, todos os tipos de solo, de como uma barrica é fabricada, de como a uva vira vinho com imagens surpreendentes, das distintas regiões de vinho no mundo...a visita é divertida, leccionadora e completíssima. 





Eu fiquei fascinado vendo passar a historia do vinho diante dos meus olhos, com o craque Daniel Santamaria nos guiando por cada uma das salas com um conhecimento  abrumador.


40 anos de trabalho árduo e de recolecção de peças por parte do seus donos, a família Vivanco, que quiseram devolver ao vinho, quase como uma homenagem, o que ele lhes entregou.

 


O vínculo do homem com o vinho se remonta a épocas bem remotas, 8.000 anos atrás, e o museu cuida e mostra ao detalhe essa fascinação, um highlight na sua visita a Rioja que não da para perder. 
Não é exagerado considera~lo um dos melhores museus do mundo.



Bodegas Vivanco e o museu estão bem próxima a Haro, a menos de 15 minutos de carro de onde se concentram as 'Bodegas de la Estación", numa prazerosa escapada á Rioja Alta, com a bela paisagem da Serra da Cantabria como telão de fundo.


Aqui o enotursimo é um prazer, sugiro chegar cedo de manhã, percorrer com tempo o museu, dar uma parada para almoçar no espetacular restaurante da vinícola (sobre o qual faremos uma matéria separada), ainda concluir a visita do museu para depois conhecer a bodega e seus vinhos.

Amplio leque de opções eno turísticas, pode se ate participar da colheita, fazer cursos de cata, ou combinar varias atrações (Museu. restaurante e bodega), e bom checar o site deles para saber atualizadamente os valores e as promoções: https://vivancoculturadevino.es/es/experiencias/


A bodega, eclipsada pelo museu, também vale muto a pena... vinícola moderna que produz vinhos com muita personalidade, diferentes, exibindo todas as "Riojas" que existem dentro desta região tão famosa.


A bodega foi construída no sentido de interferir o menos possível no seu produto estrela, a uva riojana.
Aqui a tecnologia de ponta, como o controle de umidade da nave, controle automático de cada uns dos tanques esta para ajudar ao protagonista: a fruta
A colheita se faz a mão, a seleção é rigorosa, não se usam bombas para colocar as uvas nos depósitos; O cuidado dela é extremo, respeitando ao máximo o que a terra entrega.

Esta é uma Bodega diferente, até as garrafas, vintage, refletem a paixão da família pela historia, usando o modelo pre industrialização.


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Nossa visita foi curta por questões de agenda, e não desfrutamos da bodega tanto quanto tivéssemos gostado.
Fizemos sim, naturalmente, uma cata completa dos vinhos da bodega, alguns no almoço e outros no Wine Corner, com gratíssimas sensações.

O Primeiro foi o branco da casa: um blend de 3 castas, viura, tempranillo branco e maturana branca, estas duas ultimas autóctones da região. As trés se elaboram por separado e o enólogo estabeleceu as proporções do blend final.
4 messes de inox antes de sair ao mercado, este é um branco fresco e que deve ser comprado em suas safras mais atuais.
Nos experimentamos a safra 2016, a ultima, mostrou uma nariz expressiva, bem perfumada e frutal (melão. maçã).
Em boca entra fácil, acompanha bem comidas leves, mas poderia ser consumido sozinho, como aperitivo ou na piscina ao fim da tarde.
Não me apaixonei por ele, mas é original com uvas da região e duma RPQ alta, na faixa dos 6 Euros lá.


O Vivanco Reserva 2011 provocou os primeiros suspiros no restaurante da vinícola. Vinho que passa alguns messes em tinas de carvalho francês (onde fazem a maloláctica também) antes de envelhecer outros 24 em barricas para este tempranillo com o aporte dum 10% de graciano. Todos os vinhos da vinícola se maceram a frio colocando as uvas a 3º na câmara durante 24 horas com a ideia de extrair a cor e os aromas duma forma mais suave...não sei se é por isso, mas este reserva impactou logo de cara na mesa assim que aberto.

Nariz de fruta em compota e bem especiado, bem sedutora.
Em boca entra caudaloso, intenso, complexo; Se mostra equilibrado com um carvalho integrado.
Suave, aveludado, mas com persistente final, praticamente tudo o que espero dum bom reserva. 
A relação preço qualidade é quase imbatível, na faixa dos 12/14 Euros lá.



O Colección Vivanco 4 Varietales 2014 eu já o tinha experimentado aqui em São Paulo numa cata da World Wine (a sua importadora) com gratas sensações, as que se confirmaram no restaurante. Bebido pausadamente, sentado e desfrutando incluso duma segunda taça e vendo a evolução entre uma e outra.


Este grande blend maioriariamente tempranillo (70%), com aportes de  graciano, garnacha e mazuelo já joga em outras ligas, com um preço diferente também, na faixa dos 30 Euros lá. 
Cada uva se elabora e cria por separado, passando 16 messes de barricas novas e mais um ano em carvalho francês...logo o enólogo as junta nas proporções segundo a safra.
Este 2014, com grande poder de evolução em garrafa ainda, mostrou uma primeira nariz algo austera, mas com a devida oxigenação aos poucos foi mostrando parte do seu potencial: intensidade aromática, mineral, bem especiado, fruta mais vermelha que preta em compota.
Em boca entra guloso, com personalidade...complexo, aveludado, persistente, para beber a garrafa inteira e ver a evolução dele taça a taça, para entender o que a Rioja Alta oferece como terroir para estas 4 castas.

Na cata post visita catei alguns dos especiais da casa, e fiquei extasiado com o Parcelas de Garnacha e principalmente com o Parcelas de Mazuelo 2012, que foi um dos que comprei.



Vinho sobre o qual farei uma matéria oportunamente, pois ainda não abri ele para desfruta~lo a garrafa inteira e analisa-lo detalhadamente.
São duas parcelas, Agoncillo e Alberite, de dois terroirs bem diferentes.
A colheita e a fermentação é feita por separado, passam 14 messe em barricas novas de carvalho francês. Só 1500 garrafas para esta pequena produção e as minhas sensações iniciais, motivo pelo qual adquiri uma garrafa, na faixa dos 40/50 Euros lá, são a dum vinho especial.
Complexo, elegante, equilibrado e diferente.

Resumo da Opera: O Museu é um must que precisa ser visitado, a visita se complementa e muito bem com os grandes vinhos da vinícola, muitos a preços acessíveis e de excelente relação preço qualidade.

Eu incluiria também o restaurante, com menus já montados e até em conta, considerando os preços abusivos que pagamos aqui em São Paulo. Mas o restaurante sera motivo da nossa próxima matéria...em breve
Agradecemos o superlativo atendimento de todos  em nossa visita, e a perfeita sincronização dos tempos para visitar museu, restaurante, bodega e cata.


Gracias Vivanco!!

Bodegas Vivanco
Carretera Nacional 232
Briones, La Rioja