sexta-feira, 30 de junho de 2017

RIBERA DEL DUERO - CONVENTO SAN FRANCISCO

UM LUXO PESSOAL
 EGG - on the road 


No caso desta Bodega, eu já tinha experimentado e comentado no blog as minhas sensações com o Convento de San Francisco crianza 2011 e tinha bastante curiosidade em conhecer a bodega, mesmo que pelo momento ela não esta aberta ao publico em geral.
Contando com a excelente  predisposição da enóloga Raquel Acebes Peña, que muito atentamente nos recebeu na hora marcada, tive um "tète-a-tète"  para entender o espirito da vinícola, o que esta detrás dum bom vinho.

Bodega bem jovem, não tem 20 anos ainda mas que foi construída sobre os restos do que até o seculo XIII foi um Convento..o Convento de San Francisco claro. 
Além das vinícolas mas renomeadas da Ribera, queríamos também visitar e ter contato com uma sem tanta infraestrutura, a outra escala.


 A bodega,  nos começos de maio quando nos passamos, estava em plena obra para ampliar a sua capacidade, mas respeitando a arquitetura del lugar, montando um segundo deposito de barricas similar a este da foto..
As instalações da bodega são simples, sem luxo nem ostentação, e ainda se respira o ar sacro de seculos atras.

Percorremos rapidamente as instalações da vinícola e o procedimento de vinificação para logo nos concentrarmos em fazer uma cata dos vinhos.



Já estava disponível a safra 2012 de Covento de San Francisco, mas antes experimentamos o Convento de San Francisco Roble 2014, que passa dez messes em barricas francesas e americanas (50 e 50) mas de capacidade maior, dando ao vinho menos contacto com o carvalho.
O resultado foi um vinho com corpo medio, amável em boca, taninos domesticados, Carvalho bem suave, só estruturando o vinho. Fresco e equilibrado., na faixa dos 7/8 Euros lá. Vinho para ser bebido jovem.











O Convento de San Francisco 2012 - Crianza
Vinho que passou 19 messes em barrica ( 80% francês) antes de sair ao mercado.
Nariz perfumada, frutada e especiada, algo floral.
Equilibrado, mas com a impronta de Ribera...um vinho que ainda vai evoluir em garrafa, mas que esta pronto para ser bebido agora também.
Boca cheia de frutos vermelhos, voluminoso, amplo, de persistência alta  e bom final.
Difícil de compra-lo com o do 2011, pois a safra anterior eu a bebi a garrafa inteira, vendo a evolução do vinho taça a taça; Para julga-lo em comparação com o outro, deveria ter me trazido alguma garrafa...preferi me levar as ultimas que tinham da safra 2011 que tanto tinha gostado.


Fora da cata, me trouxe também deles um Lagar de Aldesoña 2008, a nova bodega dos donos do Convento.
Vinho da denominação Castilla y León e de produção limitada, menos de 10.000 garrafas.
Tempranillo de vinhas velhas com 17 messes de barrica novas de carvalho francês de 225l. 
Em 2017, aberto agora estava sensacional...era um caldo com taninos aveludadíssimos, fruta quase em compota, bem guloso, achocolatado.
Notas tostadas bem presentes, frutos secos (avelá).
Não lembro o valor direito, mas esta na faixa dos 16/19 Euros, vale cada centavo.


Agradecemos o valioso tempo dispensado pela enóloga Raquel na nossa curta visita.
Gracias Convento!

Convento de San Francisco 
Calle Calvario 22, Peñafiel 
Ribera del Duero




















terça-feira, 27 de junho de 2017

RIBERA DEL DUERO - ARZUAGA NAVARRO

  DESCONECTAR   

 EGG on the road 



Uma das boas opções eno-turísticas na Ribera del Duero. 
Esta Bodega, fundada por Florentino Arzuaga é jovem como a maioria das que estão na Ribera, com menos de trinta anos.
As vides para a produção de vinhos são 150 hectares distribuídas entre o espaço próprio da vinícola em Aranda del Duero, mais a finca em Quintanilla del Onésimo (foto do capa), a uns 10 minutos de carro da nave principal.

O leque de opções para o eno turista em Arzuaga Navarro é bem amplo, com opções básicas de visita e degustação que começam em 7 Euros, e algumas outras que incluem a visita a esta finca para a apreciação de fauna local onde porcos e cervos convivem, orientada talvez mais a uma visita familiar.





A finca é bem bonita, com arvores centenários e muito verde, vale muito a pena a visita alem dos animais.


O mais interessante, a estrela, além dos vinhos claro, é o Hotel & Spa Arzuaga, onde os madrilenhos, espanhóis em geral e estrangeiros desconectam aproveitando o entorno rural, combinando paz e relaxo com o enoturismo.
A proximidade da Ribera del Duero com Madri, uns 150 km, é chave para o desenvolvimento turístico da região, que acostuma ser mais movido nos fins de semana, mas isso da a quem viaja daqui a opção de programar a visitar de segunda a sexta, onde não se precisa reservar nos restaurantes e a hotelaria, como é o caso de Arzuaga Navarro também, oferece bons descontos.



Atenciosamente recebidos pela Responsável de Comunicação Beatriz Olivar Diez, vimos muito por cima as instalações do Hotel Restaurante &Spa na nossa visita, que foi mais orientada ao enoturismo clássico de visita e degustação.


O restaurante, de grandes janelões envidraçados, permite o aproveitamento do bonito marco cênico do exterior o ano inteiro. Nos não almoçamos aí para sugeri-lo pela comida, mas se enxerga senhorial e convidativo com a luz natural como o grande aliado.


Para ver as inúmeras possibilidades de combinar Hotel, cata e visita dão uma olhada no site deles: http://www.hotelarzuaga.com/index.php/ofertas/tarifas


A nossa visita incluiu a finca para ver os animais e o percorrido pelas instalações da bodega, moderninha com a última tecnologia, onde se explica passo a passo a elaboração do vinho.


A visita concluiu com a cata de trés vinhos; Dependendo da visita escolhida, a degustação pode ser básica, premium ou ultra premium.
Vinhos bem interessantes e nalguns casos de alta relação preço qualidade como o Arzuaga Crianza ou o Arzuaga Reserva Especial, fora da cata mas que eu já conhecia de antes.


O Rosae 2016 foi o primeiro a ser catado, o rosé da casa feito com a mesma uva tempranillo, mas que colhido antes e em determinados horários, somados a um prensado suave e a uma fermentação alcoólica a baixa temperatura e lenta, dão como resultado um rosé bem fresco, vivaz, divertido, frutado e que passa ágil pela boca...bem "Provence". Um vinho na faixa dos 8/10 Euros na Espanha.



ARZUAGA NAVARRO CRIANZA 2014
Este tempranillo 100%, carro chefe da casa,  passa 16 messes em barricas, 60% roble francês y 40% roble americano, antes de sair ao mercado.
Nariz de aromas intensos, em boca é meloso, com volume, persistência alta...elegante e saboroso.
Fruta presente, madeira integrada e não invasiva, redondinho.
Um dos grandes exponente dos crianza de Ribera, um vinho que custa lá algo a mais da media, mas muito bem investidos.


O Pago Florentino 2013, o terceiro da cata, tem a denominação de origem vinho de pago, uma das mais exclusivas na Espanha.
É  um vinho das propriedades do grupo em Castilla La Mancha, feito com a uva Cencibel e que passa 12 messes em barrica.
Vinho fresco, sem tanto corpo, nariz intensa e passo fácil em boca.



De fácil acesso, na rota que una Valladolid com Aranda del Duero, é bom dar um pulo por aqui; A bodega impressiona pela sua fachada em pedra com imponentes arcos e se tem a possibilidade também de passar só par comprar os vinhos numa simpática lojinha dentro da vinícola.



Fica a dica então para que escolhe a Ribera del Duero como opção para as suas ferias.

Gracias Arzuaga pela receptividade!

Bodega Arzuaga Navarro
Ctra. N.122 Aranda-Valladolid, Km. 325
Quintanilla de Onésimo




sexta-feira, 23 de junho de 2017

CORDOBA - TABERNA GONGORA


 TABERNA GONGORA - CORDOBA 


 EGG on the road 


Escondido dentro do labirinto que é o centro histórico de Córdoba esta este achado, restaurante tradicionalíssimo frequentado principalmente por locais, onde não se precisa dum palco de luxo para apresentar a boa cozinha andaluza, numa relação preço qualidade quase insuperável.




A carta é extensa, com especialidade em carnes de caza (javali, veado) e peixes (camarões, calamares, cazón) mas sem descuidar as entradas tipicas andaluzas, com o flambequin (o porco enrolado em presunto o bacon e frito, as croquetas ou os cogumelos na chapa... a maioria das coisas podem ser pedias em "media ración"; Aqui tudo o que sai da cozinha tem seu atrativo.

Nos fomos nas berinjelas fritas com mele de cana...adocicadas na medida certa e com fritura levinha, é uma campeão de vendas aí...saborosas, boa "media ración" e grande relação preço qualidade pelos 3,50 Euros (uns 10 reais!) que custa. 



O rabo de toro desmanchava na boca, cozido em seus próprios molhos e maturado e outra estrela da casa...outra grande pedida.


O "cochinillo frito", foto do capa também, empolgou algo menos, mas é o carro chefe da casa e tínhamos que experimenta-lo.

O atendimento é primoroso, Oscar o gerente é o bola da vez...fomos recebidos como se fossemos clientes da vida toda.



Fica a dica então para quem passear pelo centro histórico de Córdoba, custou acha-lo no meio do labirinto que são todas essas ruas do centro histórico, mas vale e muito a pena.


Taberna Góngora
Calle Conde de Torres Cabrera 4 -  Córdoba





terça-feira, 20 de junho de 2017

RIBERA DEL DUERO - PESQUERA

 NA CASA DUM MITO 

 EGG on the road 


Um dos imperdíveis na Ribera del Duero.
Impossível falar só da visita sem entender onde se está, sem explicar a magnitude de Alejandro Fernandez para o vinho espanhol e para a Ribera del Duero em particular.

Alejandro, que nasceu aqui em Pesquera del Duero esteve vinculado a produção e vinhos a vida toda, e começou com esta bodega Pesquera em 1972, quando quase ninguém se instalava para produzir vinho perto do rio Duero.
Em grande parte por causa dos seus vinhos, que lograram forte repercussão até fora da Espanha, que uma década depois a região conseguiu seu D.O.P. e Alejandro, uma década de vantagem por sobre os seus concorrentes que vieram posteriormente para a região.

A bodega não é a mais charmosa, nem a mais sofisticada, mas é bom começar por uma visita aqui, pois aqui praticamente começou tudo na Ribera.
Ainda melhor, a visita é gratuita, não se estende mais do que uma hora e quinze minutos, e da direito a degustação de dois vinhos.
Me pergunto se todas não deveriam ser assim...ao final de contas a Bodega Pesquera interpreta, e eu concordo, que atrair publico para sua vinícola gerara outros ingressos, como a venda de vinhos, de queijos e com o posicionamento da marca.
 A visita fecha por todos os lados: além de grátis, se visita um lagar histórico, que o Alejandro Fernandez e família usavam no começos somados a alta qualidade dos vinhos da vinícola... um kit perfeito nê?





Visita que eu não queria perder, pois tenho admiração por Alejandro Fernandez, e se for você tampouco perderia.
O lagar é hoje uma peça de museu, mais didática e interessantíssima para entender como os vinhos se faziam anteriormente...o tanque aonde se depositava o liquido, a prensadora das uvas,etc.




Apos o lagar visitamos as modernas instalações atuais da vinícola.




A degustação de vinhos não foi a sonhada, é mas bem básica, mas conhecendo um pouco da para comprar e levar os vinhos que Alejandro Fernández produz não só em Pesquera... pois seus domínios se ampliaram e produz vinhos além da Ribera em Zamora e  Castilla La Mancha também.
Eu comprei e me trouxe, para bebe-los tranquilamente e dar algumas notas de cata vinhos das outras vinícolas dele:
O El Vínculo crianza 2012 e reserva 2007 da bodega El Vínculo e o Condado de Haza Selección 2002.
Do reserva falarei em outra oportunidade, pois ainda não abri ele, mas catei os outros dois com estas impressões:

El Vinculo crianza 2012 de D.O La Mancha, tempranilho 100%, com 18 messes de barrica e mais outros 6 em garrafa, e um dos mais claros exemplos da mão de Alejandro Fernández.

La Mancha, região vinícola por excelência, se destacava mais pelo volume que pela qualidade, mas a mão dum artesão como Alejandro demonstrou o potencial do terroir, o que o ele pode atingir se trabalhado por mãos expertas.
A aposta do Alejandro aqui é pela qualidade antes que pelos rendimentos...se nota e muito.
Custa acreditar que este vinho saia por menos de 10 Euros, de fato paguei por ele uns 7. 
Nariz elegante e complexa ao inicio, mas que já na segunda entrega nítidos frutos pretos.
Em boca é carnudo, taninos intensos mas amáveis e muita fruta, mas sem excessos...vinho muito equilibrado.
Vinho redondinho, que deixa a sua marca no passo pelo palato; final de persistência media/ media alta.
Vinho que entrega muito mais do que se paga por ele, RPQ alta.





O  Dehesa La Granja Selección 2002, da propria bodega Dehesa La Granja. Vinho da vinícola que Alejandro Fernandez tem na Província de Zamora, onde das 800 hectares que o grupo possui 120 são dedicadas ao cultivo do tempranillo.     Este Dehesa, 100 % tempranilho, passa 30 em barricas de carvalho francês e um bom tempo em garrafas. 

Reconheço que tive duvidas se ainda em 2017 ele estaria no seu melhor momento, pensei que tal vez o ápice poderia ter passado já....estava completamente errado.

Algo licoroso na primeira e segunda nariz, com a suficiente oxigenação ele começa a mostrar parte de todo o seu potencial...elegante, sedutor, brincalhão, com potencia e personalidade.

O passo do tempo domesticou os taninos e que dão um vinho meloso e aveludado, guloso, mas com a elegância da qual já presumia em nariz...sensacional!
Pena de ter trazido uma garrafa só....daqueles vinhos que se podem beber a garrafa inteira uma vez que respiraram o tempo preciso.









Voltando par a visita, motivo central da matéria, Pesquera é uma parada obrigatória para quem se interessa pela historia e não só pela beleza duma vinícola,

Os nossos agradecimentos a Lisanne, do Departamento de Comunicação e Enoturismo, com quem coordenamos a nossa visita.


Bodega Tinto Pesquera
Calle Real, 2, 47315 Pesquera de Duero





sexta-feira, 16 de junho de 2017

CAFE BAR LAS TERESAS - SEVILLA

EGG on the road 
Espanha - Sevilha

 O segredo do bairro Santa Cruz

O destaque dos nossos trés dias em Sevilha; Fizemos incluso um repeteco deixando de lado outras opções e propostas que tínhamos pre-estabelecido.
Passamos por acaso a primeira vez, após ter beliscado e tapeado em outro lugar já sem muita fome, e nos impressionou a qualidade da matéria prima curioseando nos pratos dos outros.
Decidimos, ao final das contas esto é um sacerdócio (rsrsrs), nos sentar para almoçar também.

Inicialmente da para desconfiar deste tipo de lugares: cafe/bares poco badalados no seu interior, sem glamour nem sofisticação e onde o preço não é barato.

Mas na Espanha são aqueles bares de toda a vida, que investem na matéria prima como a sua razão de ser o que se reflete nos pratos: altíssima relação preço qualidade em cada um deles.



Este tipo de bar/cafe/restaurante se espalham e com bom sucesso em toda Espanha, e existe uma explicação: é difícil que algo não saia saboroso da cozinha complementada com a chance de poder pedir metade dum prato inteiro; alta cozinha, mas em porções o raciones, o que permite experimentar varias iguarias sem perder um salario minimo no intento.
Igualmente é bom ficar atento, pois muitas vezes não são tao confortáveis...os espanhóis adoram comer um acima do outro na barra, e nos valores pedidos aqui, para mim a conta não fecha.
poucas mesinhas dentro, e as mais deputadas fora, vale a pena esperar por elas.


Não é fácil de achar, mesmo com o endereço, pois o centro histórico é um labirinto e as ruas não tem o cartaz na maioria das vezes; Algum aplicativo ou simplesmente perguntando, como nos fizemos, se chega.

Nos dois dias experimentamos umas quantas, uma melhor do que a outra.
Apenas chegados em Espanha, não podíamos não pedir o jamon ibérico de bellota.
Em breve farei a matéria para explicar as diferencias entre un jamon serrano e um de bellota e todas essas palavras inicialmente estranhas para entender o mundo do presunto: cebo, caña de lomo, etc.
Este em particular é um dos produtos mais nobres, jamón de raça ibérica alimentado a bellotas.
O jamon é mais doce, mais untuoso, deixando as papilas gustativas ativas e pedindo mais; excelente produto, vale os 10 Euros, uns 37 reais essa "media reción".








O arroz, a 6,50 euros a meia, paella muito bem lograda, e uma porção justa pelo seu valor.
Cansei de ir a lugares especiais especializados em paella, onde a pedida dever ser minimo para dois pessoas; este conseguiu levantar suspiros da minha esposa, e eu não tive que em embarcar na mesma.




Nos principais eu suspirei por estes "Chipirones a la plancha", oito lulas GG perfeitamente seladas, e banhadas no alioli.
Sabor marcante, lulas carnudas, o prato cumpriu todas as altas expetativas criadas. Preço custoso, 18 Euros a porção inteira, uns 65 reais, mais não caro pela excelência do produto.






Na segunda visita, Eu fiquei extasiado pelos cogumelos. Apos dum saboroso queijo de cabra da região, mergulhei nestes champignones, feitos no mesmo alioli dos chipirones do dia anterior.

Talvez para não ficar entediado, a meia porção seja a melhor pedida; Minha esposa desfez a parceria e tive que mata-los sozinho. A qualidade da matéria prima, não tão fácil de exibir em fotografias, explica o preço dele: 14 Euros.


As meias porções, o "media ración", são, na maioria dos casos, a melhor alternativa. Comendo bem a conta atinge, com duas taças de vinho, mesinha na rua, pedindo pratos não economico, uns 25 Euros por pessoa, uns 90 reais por cabeça.




Uma grande opção, essas imperdíveis onde vale a pena gastar algum euro a mais, a cozinha e a matéria prima o justificam plenamente neste caso.


Cafe Bar Las Teresas
Calle Sta. Teresa 2, 
Sevilha