MARCHIORI &BARRAUD

 UM BOM SEGREDO  




Para muitos, estes dos sobrenomes podem não significar muita coisa, mas na industria vitivinícola argentina não passam despercebidos não.
São os enólogos da vinícola Viña Cobos, e este Marchiori & Barraud o seu projeto pessoal, o velho sonho de produzir seus próprios vinhos sem desatender o trabalho deles na famosa vinícola.
Não são fáceis de achar, pois a produção é pequena e boa parte se exporta a os EUA...mas vale a pena o esforço de procurá-los, pois entregam muito pelo preço que custam. 

A linha de entrada deles, hoje num preço entre 150/180 pesos (25/30 reais) é já dum interessantíssimo RPQ.

 MARCHIORI & BARRAUD MALBEC 2013 - PEDRIEL 

Um Malbec que pisa forte, com 12 messes de barricas francesas e americanas (75/25) a boca explode em fruta; cereja, madeira amável, que deu estrutura ao vinho sem ser invasiva.
Nariz intensa e sedutora, e uma boca bem gulosa com um final bem persistente, para matar a garrafa num jantar a dois....ou para acompanhar uma ciabatta de fraldinha como foi meu caso.
Pedriel é uma zona que pela tipicidade do seu solo é para ter muito em conta na hora de decidir a compra.vinho equilibradinho
Sem importador aqui no Brasil ainda... a Grand Cru importa os vinhos da V.Cobos, mas não os do projeto pessoal deste casal.

MARCHIORI & BARRAUD CUARTEL 2  MALBEC 2011 

Malbec de vinhas velhas da propriedade da Família Marchiori na área de Pedriel, em Lujan de Cuyo Mendoza. Vinhos bem concentrados mas com muita fruta.

Pronto para ser bebido mais pode ainda evoluir em garrafa, só para quem consegue resistir.

Malbec de gente grande, nariz intrigante e uma boca que o mostra suculento, cremoso, doce; grande finale com persistência da fruta madura.




















Vinho que com outro rotulo custara bem mais...um bom segredo para aproveitar quando alguém viajar para Argentina, esta na faixa dos 70 reais.

Num casual encontro com o Luis Barraud e a Andrea Marchiori, me mencionaram da produção dum Cuartel 3, mas ainda não vi ele no mercado.

RESTAURANTE CANELA - VALENCIA

  BOM MENU DEGUSTAÇÃO  

EGG ON THE ROAD

Restaurante moderninho no centro histórico de Valencia.

A proposta resulta muito tentadora: por um preço fixo e barato de 21,90 Euros (80 reais por cabeça) se tem direito a um menu degustação com paella inclusa.

O menu é farto, a comida de qualidade e consequentemente dum RPQ  muito bom.

As entradas vão desfilando em porções grandes, mostrando a gastronomia valenciana; com um bom jamón ibérico,  uns simpáticos pimentões recheados de frutos do mar e um saboroso salmão defumado

Na escolha do principal todo mundo vai na paella, e onde o ponto do arroz é ao gosto do cliente; existem outras opções, como peixe (corvina), carrillera de ternera ou solomillo de pato, mas estando em Valencia fomos, claro, na paella. 

Talvez aí foi a única coisa a observar...a paella estava saborosa, no ponto pedido, a porção para dois generosa, nada que cobrar, mas não foi memorável, que era o que eu esperava.

Talvez as minhas expetativas eram maiores considerando o valor da refeição, mas não caí aí de paraquedas, fiz um relevamento grande cruzando informação e todos falavam maravilhas da paella do Canela.

Boa paella, mas sem esse ponto a mais para que fique na memoria. 

O albariño acompanhou perfeitamente a refeição, um muito bom exponente das Rias Baixas da vinicola Vizconde de Milhojas.

Fresco, bem gastronômico, delicioso albariño da Finca La Moreira, finca própria da vinícola.

Bom preço também...um vinho que se compra a 10 Euros fora o restaurante o vende a 15...acontecera isso alguma vez em São Paulo?

Show na sobremesa, com degustação de varias frutas de estação e chocolate em diversas texturas, alem de sorvete.

Resumo da Opera: Restaurante super recomendável pela relação preço qualidade, muito boa atenção e matéria prima inquestionável ...talvez aqueles que só foquem na paella possam sair um pouco desiludidos.

MADRÍ - CASA LUCAS

   CASA LUCAS        

ONDE COMER: LA LATINA 

Madri é quase que a Disney para um foodie, as tentações surgem em cada esquina, em cada vizinhança, oferecendo um leque gigantesco de opções. 

Restaurantes tradicionais, tapeio, comida mais informal, moderninhos, super exclusivos, tudo pode ser encontrado nesta fantástica cidade.
A oferta gastronômica é impressionante, mas nem tudo vale a pena; trampas para turistas estão por toda parte, pelo que é bom se levar umas dicas que podem ser a diferença entre uma comida mais ou uma diferenciada e inesquecível.

Eu passei só 3 dias em Madri e na matéria de hoje esta uma das minhas melhores escolhas. 

A rua Cava Baja, não muito longe da Porta do Sol é um reduto de barezinhos e de tapas onde se pode comer algo informal em pé acompanhado por umas "cañas" (cerveja) ou um om vinho Riojano ou da Ribeira do Duero.

Mais existe um lugar que mesmo informal possui uma cozinha diferenciada e que bem mereceria um lugar maior e mais acolhedor para apresentar seus pratos, realmente de alta cozinha...o CASA LUCAS

Fisionomicamente falando é um bar de tapas, mais quem passa desinformado pela porta perdera o seu grande segredo, a alta cozinha.

Três ou quatro messas no fundo, ao lado duma barra disputada e lotada  é o espaço físico minusculo.

A comodidade não é a melhor, não é chique, mais a comida compensa tudo.

Das três noites em Madri duas foram aqui, o que marca o que o lugar conseguiu transmitir em culinária e em atendimento.

Fomos em vários pratos, entradas ou principais segundo o humor e a fome do dia e nenhum defraudou...de fato alguns atingiram um outro patamar, aquele que te faz suspirar e fica gravado na tua memoria.

As lulas em a sua tinta (foto de capa), servidas em fardos envolvidas em bacon e apresentados na mesa com a tinta aparte para ser cortados no momento e misturados, é duma excelência sem par

A leveza e a perfeição da fritura é dalguém que se preocupa e muito com o sabor final do produto; não estive na cozinha, mais imagino e percebi no paladar que o óleo usado ou era novo ou era a sua segunda vez.

Óleo de boa qualidade e não usado indefinidamente mudam e muito o sabor dum prato...parabéns!
As lulas foram o prato mais marcante, mas o bacalhau gratinado com babaganush mesmo não memorável, foi outro acerto e muito boa pedida; bacalhau cremoso, berinjela suculenta....garfei só um pouco pois foi o prato da minha esposa e mesmo não sentindo que combinaram, que harmonizaram juntas,  individualmente gostei das duas.

Se preferir as "raciones", os petiscos, as tapas, são outra grande opção aqui.
Não são as tipicas tapas ou raciones que se encontram espalhadas por Madri, aqui a alta cozinha fala mais alto.
Nas frias escolhemos e muito bem a "jumilla" : onde numas torradas chegam uma mousse, uma terrina de espinafre e alho poró com camarão com uma consistência e cremosidade perfeitamente executada.
Nas quentes, grande pedida foi o Cariñena: solomillo de cerdo servido numa cumprida fatia de pão italiano com cebolas caramelizadas.
As croquetas de jamon não me convenceram tanto, foram só corretas; porção generosa mais esperava um sabor marcante do jamon governando a croquete, o que não aconteceu.
Igualmente essa mini derrapada não desmerece nem muda em nada a minha opinião final : lugar com excelente gastronomia ao qual voltaria e voltarei na minha próxima visita a Madri.


Os preços, embora não baratos tem uma boa RPQ pela qualidade da matéria prima utilizada e pelos grandes sabores logrados.
Raciones entre 6 e 8 Euros, Principais entre 14 e 20, pinchos (tapas) entre 5 e 6 se a minha memoria não falha.
Para a próxima ficarão o foie de pato mi cuit, e o "canelon" de mariscos entre tantas outras iguarias visualmente impactantes que vi passar nas duas noites que os visitamos.
Vinhos em taça ou a garrafa inteira com boa seleção, bons riojanos, da Ribera del Duero e outros D.O.C entre 3 e 3,50 a taça.

CASA LUCAS

Cava Baja 30 -  Madrid

3 BONS BRANCOS ARGENTINOS GAMA MEDIA

 SAN PEDRO DE YACOHCUYA TORRONTES 2012 

O torrontés e uma uva divisória de águas, estão aqueles que a detestam e os outros que a amam...eu estou neste segundo grupo.
Esta uva achou no solo da Província de La Rioja a sua melhor expressão e desenvolvimento, mas na Província de Salta existem granes exponentes como este aqui, especificamente da zona de Cafayate.

Reconheço que eu sou suspeito para falar pois tenho uma queda com esta adega, que produz os excelentes custos beneficio Coquena, estes São Pedro y os encorpadíssimos Yacochuya, mas não posso não me render ante este exemplar de torrontés, num preço atrativo lá, menos de 25 reais.
Super aromático em nariz, quase perfumado...cítrico, floral, bem sedutor.
Em boca é equilibradinho e  fresquíssimo.Um tipico exponente do solo do Cafayate.
Esta uva mesmo perfumada em nariz deixa um toque amarinho no final...acho que é isso o que divide as opiniões.
Para uma tarde de calor numa varanda ou numa piscina...no meu caso numa tarde ensolarada e calorosa no outono portenho.
Beber bem frio.
A Grand Cru importa quase toda a linha e Yacochuya, e este torrontes sai na faixa dos 110 reais, um pouco salgado considerando o preço  de 40/45 reais na Argentina.





 SOPHENIA RESERVA CHARDONNAY  2012 

Via Vini vende on line este vinho a 117 reais; possui uma nariz bem aromática, é bem cítrico e mineral.
Uma 1/4 parte do vinho passa 6 messes barricado, que pareceram insuficientes para deixar este Chardonnay no ponto de untuosidade que eu gosto.
É um bom vinho, diferente, mais fresco e menos amanteigado, de persistência media, de bom RPQ lá onde se consegue na faixa dos 40/50 reais...aqui nem tanto.



 SALENTEIN CHARDONNAY RESERVA 2012 



Un Chardonnay untuoso, amanteigado em boca na medida certa,  com boa acidez e bem frutado em nariz.
Chardonnay de altura (Valle de Uco em Mendoza).
Bom final de boca, persistência media/alta.

Um RPQ excelente em Buenos Aires, na faixa dos 40/45 reais...pena que aqui, importado pela Zahil, se consiga na faixa dos 140 na sua importadora Zahil, o que deixa este vinho aqui no Brasil com um RPQ médio.