terça-feira, 14 de julho de 2015

VILLA TRAVIGNOLI - CHIANTI

PAIXÃO FAMILIAR 



Conheci esta vinícola na ultima Expovinis aqui em sampa; fiquei impressionado pela qualidade dalgum do seus vinhos que experimentei e decidi inclui-la na minha lista de aziendas a visitar no meu passo pela região de Toscana.
Contamos claro, com o convite e a grande disposição de Giovanni Busi a tal efeito, infinita geração da família a cuidar dos negócios da vinícola.


A visita foi agradabilíssima, se percebe no ar a paixão pelo que fazem e a dedicação de toda uma vida entregada ao vinho.
Azienda pequena dumas 70 has, que faz parte do Chianti (D.O.P), numa área lindíssima da Toscana , que vale e muito a pena ser percorrida e que fica a menos de 20 km de Florença.
Giovanni é um craque, super anfitrião que nos fez sentir bem a vontade e dedicou parte do seu valioso tempo em nos mostrar todas as instalações onde seus vinhos são produzidos, estacionados e investigados.



Solo calcário, altitude de quase 400 mts, sol o dia inteiro e a proximidade com os Apeninios são as caraterísticas principais do terroir desta parte do Chianti e desta azienda em particular.

Falando em vinhos, tivemos uma boa amostra de tudo o que ali se produz, e degustamos também um tesouro, um Tegolaia safra 2000 que o Giovanni tirou da sua coleção especial e fez questão de abri só para nos.




Um vinhaço que ainda estava impecável e que como sempre comento, vinhos muito estacionados ou de guarda precisam dum tempo para se abrirem e mostrar todo o seu potencial.
No caso deste Tegolaia 2000 Chianti Ruffina Riserva a cor e o persistente final de boca se manteiam intatos assim que aberto, seguramente se tivéssemos voltado a beber a outra metade da garrafa o dia seguinte, deixando -lo evoluir 24 hs, as sensações seriam insuperáveis.
Faltou algo de nariz logico, mas é obvio que um exemplar deste tipo e desta guarda não ia conseguir despedir todas as suas fragrâncias aos 15 minutos de aberto.
Um grande vinho que me arrependo não ter perguntado se estava a venda, para degustar em casa com os tempos necessários de abertura que eu preciso para fazer uma avaliação completa.




Degustamos praticamente toda a linha de produção, começando por um chardonnay com um toque de sauvignon blanc bem frutado e pronto para beber: fresco, sem madeira e sem mistérios, o Villa Travignoli Gavigano IGT.
Vinho elegante, intenso em nariz, comprador, saboroso em boca e de persistência media.
Não pretende ser mais do que é, e entrega bastante em função do seu valor nominal.






Seguimos com o VILLA TRAVIGNOLI CHIANTI RUFINA D.O.C.G, um sangiovese que passa 6 messes barricado e mais outros 6 em inox.
Uma nariz sedutora e prometedora com toques florais e fruta vermelha, cereja, ameixa..
Vinho com corpo médio, no palato se bebe fácil, honesto, franco e de muito bom RPQ na faixa do mercado onde concorre, entre 7 e 10 Euros.





O Tegolaia - Chianti Rufina Riserva  se mostrou como um Chianti de gente grande.

A melhor sensação que tive com este vinho foi o poder de evolução que evidenciei nele; quatro ou cinco anos num chianti riserva são poucos para um vinho que passou 20 messe em madeira.. ainda esta na curva ascendente e acho que atingira todo o seu potencial em outros 3 ou quatro anos.
Dum rubi vibrante, entrega logo de cara uma nariz rica, convidativa, algo defumada.
Em boca se percebe algo da mineralidade do solo e taninos que ainda precisam ser domados; a fruta não se impõe, mas pinta ser uma clara vencedora em pouco tempo, assim que atingir o alto da curva.
Bom exemplar com alto poder evolutivo.














Passamos realmente uma tarde encantadora na azienda, checando cada um dos rincões das charmosas instalações da vinícola, testemunhando os próximos sangioveses a serem plantados como cada uma das fases da produção destes belos vinhos, da mão dum apaixonado como Giovanni, que no somente manja muito do assunto mas que tem a  vontade de compartilha-lo e a clareza de poder transmitir esse conhecimento.




















Agradecemos a Giovanni, um grande anfitrião, pela possibilidade de "assegiare" seus grandes vinhos e principalmente o tempo dedicado... uma verdadeira aula de vinhos..



















terça-feira, 7 de julho de 2015

JIQUITAIA - RELOADED

 MEMORÁVEL 

Já tinha escrito e me empolgado muito com este pequeno restaurante na Bela Vista, a dois passos da Av.Paulista comandado pelos irmãos Barros, com o Marcelo na cozinha e a doce Ana na recepção.

Nas ultimas duas visitas efetuadas, uma janta a seis em turma e uma a dois neste ultimo Sábado, o nível dos pratos,  a apresentação deles e a execução da cozinha continua num nível alto...altíssimo.

Fomos de novo na linguiça artesanal, para meu gosto ardida um pouquinho mais da conta mas que é o carimbo do chef Marcelo e na batata doce com gorgonzola nas entradas, esta ultima conseguindo aplausos na mesa: a harmonização da textura da batata com a untuosidade do gorgonzola deu o quefalar na mesa.








Nos principais experimentamos uma novidade do cardápio, as bochechas de porco.
Quatro dados generosos no ponto exato de cozimento geraram alguns suspiros e gemidos... as bochechas estavam saborosas, suculentas, carnudas e molhadinhas...outro grande nova incorporação ao menu.



O menu dos três passos está em 65 reais por barba, um preço bem razoável considerando a disparada da inflação e principalmente da qualidade dos ingredientes e da execução dos pratos.

Um dato não menor, ao menos para mim, é que continua SEM SER TAXADA a rolha da primeira garrafa de vinho.
Considerando os preços malucos e abusivos neste quesito praticados por muitos empresários gastronômicos em Sampa o Jiquitaia vira um oásis, pudendo acompanhar a minha refeição com meu próprio vinho que eu escolho da minha adega e não ficando limitado a  cartas muitas vezes fracas, incompletas e caras que muitos restaurantes oferecem.
Levei um Gavilán Crianza, um tempranillo que harmonizou e muito bem com o pato e o porco.
 

No mesmo alto nível apresentado nas bochechas de porco, continuam o pato com arroz de pato no tucupi e a moqueca, bem elogiadas em matérias anteriores (http://enogastrogringo.blogspot.com.br/2014/03/jiquitaia.html) 

 


Ainda não consegui neste restaurante virar fá dalguma sobremesa, e já experimentei varias considerando todas as visitas efetuadas.
A mousse de chocolate branca estava bem, mais do que correta porem no cheesecake faltou um lubricamento maior...a calda de frutos vermelhos resultou insuficiente ante o tamanho do bolo e a densidade do queijo.
 

Resumo da opera: Continua sendo uma das minhas primeiras escolhas na hora de sair jantar fora, a o continuara sendo, com um alto padrão mantido desde a sua abertura.

JIQUITAIA
R. Antônio Carlos, 268 - Consolação, São Paulo

sexta-feira, 3 de julho de 2015

VENEZA - TRATTORIA BAR PONTINI

IMPERDÍVEL 

Qualquer cidade massivamente turística esta cheia de trampas gastronômicas por toda parte; Veneza não escapa a essa regra, com muitas opções em teoria econômicas mas que viram um péssimo investimento; Por toda a ilha pululam os "menus turísticos", sedutores em preço mas muito ruins em qualidade.

Dentro deste perigoso campo minado aparece no bonito bairro de Canareggio o TRATTORIA BAR PONTINI, um restaurante pequeno, não barato mas com preço muito honesto para o que culinariamente oferece.
 Veneza é uma cidade cara em todos os sentidos e nesse contexto o Pontini entrega  uma cozinha que merece ser destacada com um RPQ muito alto.

Tocou dia chuvoso, mesmo assim decidimos curtir o almoço numa das simpáticas mesinhas fora com uma lindíssima  vista para o canal(foto de capa)..

Ficamos três dias e apos um grande almoço fizemos o repeteco para a janta no dia seguinte: uma das melhores decisões gastronômicas de toda a viagem.


Na primeira visita dividimos com a minha esposa  esta excelente fritura de lulas e camarões: lulas crocantes, carnudas, fritadas em muito bom azeite, leves e saborosas. Porção justa que deu para dividir bem, abrindo o apetite enquanto os principais se produziam.





Nos principais e fui no carro chefe da casa, os spaghetti com frutos do mar: porção generosa, que tivesse ate dado para dividir, suculenta e generosa em frutos.
Tomate cereja, salsinha e alguns temperos (tomperos diria Jacquin no Masterchef) elevaram o nível do prato  realçando os frutos e a massa.
Uma grande pedida....incluso como único prato principal para duas pessoas.





A minha esposa foi numa massa recheada mas não se apaixonou por ela. Achou e achamos que não foi tão generosa assim.
Sabores marcantes na massa, camarão grande vestindo o prato mas não seria a minha primeira escolha numa futura visita.


Dividimos um excelente tiramisu para fechar o almoço com chave de ouro, a mini derrapada da massa não mudou a gratíssima impressão geral.
Tiramisu caro para os padrões do restaurante, 8 Euros, mas é um tiramisu onde garfam quatro.


O almoço saiu, com vinho da casa, um branco honesto, por 64 Euros final



No jantar do dia seguinte, novamente a chuva e o frio nos fizeram desistir de ficar fora e esperamos mesmo com reserva uns 30 minutos para nos sentarmos.

A simpatiquíssima Giada faz de tudo no bar, toma reservas, serve drinques e abastece os pedidos das mesas enquanto chineses e locais não param de chegar implorando por uma mesa. A espera resultou amena, fomos convidados com um branco da casa enquanto a mesa que especialmente queríamos se esvaziava.




O salão interno é fofo,mas nada especial... não espere luxo o requinte: este é um lugar onde o que brilha é a cozinha. E a  cozinha,ai ai ai  Jesus! 








Fomos originalmente com uma ideia mas o Fábio o camareiro, uma figuraça, sugeriu o "antipasto del Veneto", prato caro em 60 Euros mas que serviria como uma refeição completa para duas pessoas e ao mesmo tempo jantaríamos algo tipico da região.
Topamos e o resultado foi simplesmente maravilhoso!
Os pratos não pararam de chegar na nossa pequena mesa, ao ponto de não ter onde acomoda-los 
Salada do mar, polenta, sardinhas, mais camarões GG  atum, espetos de camarão com outros frutos do mar iam chegando na mesa sendo o centro dos olhares das mesas vizinhas... e esto é só parte das entradas frias.










Nem conseguimos acabar tudo isso que chegou o prato quente: uns camarões empanados envolvidos em fios de macarrão fritados provocaram os gemidos finais.
Conchas com outros frutos do mar acompanharam e muito bem o grande banquete.




Tudo isso acompanhado novamente com vinho da casa, este vez sem sobremesa pois estávamos quase explodindo, deu 70 Euros final, uns 250 reais tudo incluso, em Veneza e comendo até morrer.
Da para comer na faia dos 50 a 55 e duas pessoas, pedindo bem...
Definitivamente aconselhável,Reserva quase que obrigatória.

   

TRATTORIA BAR PONTINI
 Fondamenta Trapolin, 1268
Canareggio - Veneza