sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

VINICOLA SOLANDES

DIÁRIO DE VIAGEM VINÍCOLAS

BODEGA SOLANDES
VINHOS ORGÂNICOS 

Vinícola jovem, fundada em 2005 e localizada no sul de Mendoza em San Rafael, bem dentro do Canhão do Atuel.
O sul da província vem crescendo no mundo do vinho: fora a histórica Valentín Bianchi, outras vinícolas apostam a estas terras para fazer vinhos premium, Algodon Wines entre outros.



No caso desta vinícola, de capitais suíços, tive a grande fortuna de conhecer por acaso a um dos donos, o carismático Thierry Pache e a sua adorável esposa.
Eles prepararam uma degustação privada do seus vinhos na nossa ultima noite na cidade de Mendoza, nos seus elegantes escritórios e salões.
Pelo fato de ser a nossa ultima noite e nos já ter compromissos assumidos, a degustação que surgiu no momento foi mais rápida do normal, que não é o meu estilo...  aproveito este espaço para me desculpar.








É  uma vinícola em crescimento e alguns dos seus vinhos contam com o assessoramento do prestigiado enólogo Michel Rolland.
Na cata se apresentou um Solandes Chardonnay orgânico fresco, cítrico e aromático em nariz, algo mineral... para o dia a dia; vinho sem complexidade nem estrutura e duma RPQ B. Chardonnay gastronômico sem voltas. Na faixa dos 80/90 pesos lá...uns 16/18 reais.


Solandes Malbec 2012: o primeiro dos malbecs testados.Passa 10 messes em baricas de segundo e terceiro uso.
Malbec pura fruta em nariz, em boca entra guloso, mas com taninos um poco duros ainda e persistência media.Na mesma faixa de preço do que o chardonnay.



Solandes Malbec 2013: Esta safra contou com o assessoramento do Michel Roland e as diferenças são notórias.
Nariz mais elegante, , frutos vermelhos e pretos aparecendo, vinho mais refinado em boca, taninos amáveis, bom final de boca, persistente. O melhor da cata disparado.


Solandes Cabernet Sauvignon: Passa entre 6 e oito messes só barricado.
Cabernet de boca amável, fácil de beber, entra fácil e doce, com taninos firmes...persistência media.
cabernet gastronômico e tranquilo.


Conclusões finais: Vinícola em crescimento, com uma safra 2013 já produzida integralmente sob os assessoramentos do Michel Rolland.
Ficaremos a espreita para observar e comentar seus próximos passos e evolução.





segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

CATENA ZAPATA

DIÁRIO DE VIAGEM - VINÍCOLAS - MENDOZA

 CATENA ZAPATA 
INOVADORES e VISIONÁRIOS 

A historia da vinícola mais prestigiada da Argentina no mundo, fundada em 1902 é apaixonante: começou com a visão do Nicola Catena que deixou a escassez da sua Itália natal para plantar malbec em Mendoza, imaginando que estas terras providenciariam as condições perfeitas para o desenvolvimento da uva; logo foi o turno de Domingo, o filho maior do Nicola, de levar a vinícola a outro patamar e que continuou com Nicolás, o outro grande visionário da dinastia. Assumiu riscos, desouviu colegas que desaconselhavam muitas das suas inovadoras ideias, como plantar em altura ou imaginar que o malbec teria capacidade de envelhecer e evoluir para concorrer com os grandes vinhos franceses.

Nicolás Catena Zapata revolucionou a historia da vitivinicultura na Argentina, existe um antes e um depois dele, pois é o máximo responsável do grande prestigio que tem hoje os vinhos argentinos no mundo... chapeau! 



Tive o imenso prazer de conhece-lo numa das suas viagens a São Paulo e a grande fortuna de ser convidado para uma cata privada na piramide, organizada por Marcela Savio, a Export Manager da vinícola e Ramiro Barutta, o Hospitality Manager que nos mimaram bastante.



A piramide de Agrelo é emblemática...mesmo quando os grandes vinhos da Catena surgem de outras fincas e vinhedos, a visita é quase que obrigatória para qualquer enófilo.
Não existem como opção ainda, infelizmente, visitas mais técnicas indo com o enólogo ate as fincas onde os Angelica, Adrianna ou os Nicolás Catena Zapata se produzem, ver os solos, ter uma aula de agronomia in loco em definitiva...talvez numa próxima visita. 





Apos do tour para conhecer as belas e modernas instalações, todas muito fotogênicas, perfeitas para o turista, e um resumo da historia da vinícola catamos um branco e três tintos, da linha alta gama deles.





























Catena Alta Historic Rows Chardonnay 2011:  Conhecía já o Angelica Zapata Chardonnay, a qual considero um dos 5 melhores chardonnay da Argentina, mas não este Catena Alta, outro magnifico representante do que a vinícola pode fazer e ao patamar ao qual Ale Vigil (o enólogo) pode atingir com chardonnay de altura.
Seleção das fileiras mais históricas, este chardonnay é elegantismo, bem mineral, cremoso e cítrico. 14 messes barricado dão estrutura sem invadir ao vinho. final persistente e bem fresco; vinho para evoluir em garrafa.











Angelica Zapata Malbec 2010: Malbec de gente grande.
Blend de malbec de diferentes vinhedos, nariz sedutora e intensa com nítida ameixa e frutos pretos maduros, bem frutado.
Em boca entra contundente, guloso, mas é aveludado no palato e nunca perde o passo elegante.Final longo e complexo.Taninos firmes.
Este tipo de vinhos de alta gama evoluem não só em garrafa, mas também a partir do momento em que são abertos, e sempre a próxima taça é melhor... comprarei ele para descrever as minhas sensações a garrafa inteira.



Angelica Zapata Cabernet Sauvignon 2010: Tinha tomado a safra 2008, que comentei aqui: http://enogastrogringo.blogspot.com.br/2013/09/vinhos.html
A 2010 entrega uma nariz frutos pretos e vermelhos concentrados. Passo elegante e delicado em boca, é carnudo e de final persistente...outro grande vinho.









Nicolás Catena Zapata 2010: Final com chave de ouro!
Multipremiado e elogiado ícone da vinícola, este blend de Cabernet Sauvignon e Malbec (75/25), é um vinho que passa 2 anos em barricas de carvalho e mais dois engarrafado antes de sair ao mercado,
Vinho ainda duro, rustico, que precisa ser domado; vinho de guarda, para beber em casa e não num restaurante para apreciar gole a gole a sua complexidade. Potencial de evolução gigante.
Soltou alguns aromas apimentados e de frutos pretos em nariz. Suculento, concentrado, potente, complexo em boca, vinho com grande estrutura, grande acidez, final elegante e persistente; taninos firmes e bem mineral.
Vinho sofisticado e custoso, na faixa dos R$270 na Argentina, e acima de R$ 470 aqui, mas não caro, pelo que entrega em troca.







Visita imperdível para quem destina parte das suas ferias a percorrer Mendoza e suas vinícolas. A piramide de Agrelo esta encravada num lugar magico, a Catena Zapata é a vinícola mais prestigiada da Argentina e seus vinhos, todos disponíveis para cata segundo o segmento escolhido, são extraordinários...faz falta mais alguma razão? 







quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

VINICOLA LUMINIS

BODEGAS LUMINIS
VINHOS PARA DESCOBRIR

Numa estrada de terra em Cruz de Piedra, Maipú, Mendoza, no meio do nada, bem fora do glamour da rota do vinho se encontra esta vinícola alavancada por dois figuraças: o enólogo Cristian " el mudo" Allamand e por Martin Castro, os dois de famílias bem tradicionais no mundo do vinho.
Vinícola pequena, de baixa produção, em pleno crescimento e com vinhos altamente qualificados. 

Luminis durante muito tempo exportou o 99 % da produção pelo que é ainda uma desconhecida mesmo em Buenos Aires, onde seus rótulos podem se encontrar só nalgumas casas de vinhos que procuram fugir dos clássicos. 
Nestes últimos tempos, Luminis começou a mergulhar o mercado interno, com presença importante em Rosario, cidade a 300 km de Buenos Aires.
Acabei comprando um em Buenos Aires e senti um diferencial na hora de bebe-lo ... a curiosidade me fez contata~los e acabamos sendo convidados por Cristian e Martin para degustar a produção inteira e conhecer o que eles fazem, suas fincas e principalmente, seus vinhos. 



A CATA 

Allamand Malbec Valle de Uco 2012: de fincas próprias de três vinhedos diferentes, este malbec do Valle de Uco tem uma nariz algo floral,mineral, sutil;  surpreende em boca potente, intenso, elegante e com final de persistência media; taninos amáveis.

Allamand Valle de Uco Malbec 2013: mais interessante do que o 2012..mais expressivo e convidativo em nariz. vinho complexo.

Allamand Valle de Uco Cabernet Sauvignon 2013: um cabernet diferente, intrigante em nariz...precisa evoluir em garrafa ainda, mas uma boca que promete e muito.



Luminis Luján de Cuyo Malbec 2013;  aqui a nariz seduz: bem aromática, fruta vermelha e preta se soltando, convidativo.
Em boca é suculento, fácil de beber com um passo elegante e um final apaixonante; pode evoluir em garrafa ainda.

Luminis Pedriel Malbec 2012: pura fruta, puro terroir. Madeira dando estrutura ao vinho, intenso sem perder nunca a elegância um malbec cativante!
Acabei, já com a cota de vinhos a trazer completa, comprando um.



Allamand: este é o vinho ícone que a vinícola só produz em safras quando as qualidades das uvas o permitem.
É um blend que varia a sua composição segundo o capricho do winemaker Crisitian,  é ele quem decide quais fincas e quais uvas vão fazer parte do produto final
Blend diferenciado, expressivo, complexo, que não é pra mim o tipo de vinho que se aprecia na sua totalidade numa cata; é um vinho que precisa respirar assim que aberto.
Obviamente acabei comprando uma que abrirei oportunamente em casa para contar as minhas sensações a garrafa inteira.

Conclusões finais: Para resumir a cata diria que são vinhos dedicados, expressivos, quase artesanais; vinhos surpreendentes, diferentes, de caras que sentem verdadeira paixão pelo que fazem, o que repercute diretamente no produto final, complexos em algum caso, grandes vinhos em muitos outros.


A experiencia como um todo com a vinícola foi sensacional, aproveitamos a aprendemos muito dos conhecimentos do "el mudo" e fomos genialmente atendidos pelo Martín, um craque.
A boa onda e o alto astral deles acabou num almoço no povoado de Luján de Cuyo, levando alguns dos vinhos da cata, com visita posterior a uma das fincas em Pedriel da vinícola que finalizaram com chave de ouro o nosso passo por Luminis.
Obrigado Martín, Obrigado Cristian!!





Posteriormente a nosso passo por lá vários dos vinhos receberam altas pontuações 
médios internacionais, com a Wine Spectator dando entre 87 a 91 pontos...parabéns!!


Obs: Sem importador ainda no Brasil, os vinhos da vinícola Luminis podem ser encontrados no Le Bon Vin, uma enoteca em Palermo de outro craque, Diego Kostic.
Le Bon Vin
Gurruchaga 1876, Palermo, Buenos Aires 






sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

TRAPICHE

DIÁRIO DE VIAGEM - MENDOZA - VINICOLAS



 TRAPICHE 
O GIGANTE ATACA EM TODAS AS FRENTES



Trapiche é umas das vinícolas mais antigas, com mais de 130 anos no mercado e pioneira em muitas áreas, como a importação de barricas francesas ou o uso do inox, que mudaram a historia e que contribuíram para que o vinho argentino tenha o reconhecimento mundial, o prestigio que ele tem hoje.
Seus começos se remontam a quando foi construída a estrada de ferro, ligando a Mendoza com Buenos Aires por trem e ela é hoje uma, se não a maior, exportadora de vinhos de alta gama da Argentina. 
Dado surpreendente pois durante uns quantos anos associei erradamente a Trapiche só com vinhos de todos os dias, me fazendo uma falsa imagem de vinícola gigante só apostando ao volume...com o tempo fui descobrindo os Fond de Cave, os Gran Medalla, e principalmente os Terroir Series e os Iscay que mudaram completamente a minha forma de enxergar a vinícola.

Claro que eles fazem aquele vinho de todos os dias também, que aponta a outro segmento de publico, mas é um erro pensar que os vinhos de alta gama só se encontram nas vinícolas boutique, aquelas que só fazem vinhos premium...a Trapiche conta com um arsenal de bom, grandes vinhos e vinhaços para cativar também a aquele segmento de consumidores de vinhos de alta gama.






O prédio histórico, do começos do seculo XX foi restaurado e reciclado para atender aos visitantes, já vale a visita em si própria para admirar a sua arquitetura; a vinícola foi construída ao lado da estação de trem Coquimbito, e da pra ver os ferros da velha línea. 



























A visita vale e muito a pena para entender a historia de vitivinicultura em Argentina, pois conta com um museu de maquinas que antigamente se usavam para receber o vinho e prensar as uvas.









A CATA 



Apos da visita técnica, tinhamos uma cata agendada graças a gentileza dum dos pesos pessados da industria, o grande Daniel Pi.
Ele é o Diretor de Viticultura e Enologia da Trapiche, mas é um cara super accessível, super low profile, mas de imensos conhecimentos que adora compartilhar... não perdemos então a oportunidade de bater um bom papo com ele para extrair algumas gotas da sua expertise no mundo dos vinhos.

A  cata foi bem extensa e até pedimos ao Daniel no final não abrir todas as garrafas, mas começamos pelo belo Fond de Cave Sauvignon Blanc 2013: na faixa dos 100 pesos (20 reais) é um bom exemplar, para concorrer com os chilenos que a gente bebe por aqui. 
Acidez bem equilibrada, facil de beber, bem frutado. RPQ B+ na Argentina.
Os Fond de Cave são vendidos aqui no Brasil com outro nome: Broquel, mas este Suavignon blanc e a linha Gran Reserva não são importados pela Interfood...ao menos eles no aparecem no seu site de vendas.






Fond de Cave Gran Reserva 2011 Malbec (220 pesos/45 reais)
Esta linha passa uns 18 messes barricado...no caso do malbec solta aromas de frutos vermelhos, algum toque foral e herbáceo; entra suculento em boca, onde se expressa melhor...intenso, concentrado, boa integração da madeira,  final convidativo.

Fond de Cave Gran Reserva 2011 Cabernet Sauvignon (220 pesos/45 reais)
Me impressionou melhor do que o malbec. nariz mais brincalhona e curiosa.
Em boca deixa melhor lembrança é equilibrado, harmonioso; taninos presentes. Vinho com potencial de guarda.

Fond de Cave Gran Reserva Blend 2011: : corte de Malbec predominante (60%), Cabernet Sauvignon (20%), Cabernet Franc (12%) y Tannat 8%, com uvas de diferentes fincas e de terroirs bem diferenciados.
O produto final é um vinho de grande personalidade, elegante, robusto, com alta capacidade de envelhecimento.
Vinho sedutor que preciso comprar para analisa~lo a garrafa inteira.

Continuamos com a linha Gran Medalla



Trapiche Gran Medalla Chardonnay 2013 
Outro dos que surpreendeu gratamente. Chardo de altura, de uvas do Valle de Uco.
Aromático e convidativo em nariz, bem frutado, bem mineral, meloso.
 Em boca entrega o que promete: boa acidez, equilibrada, final persistente e guloso, com versatilidade para harmonizar com muitas opções de peixes e massas.


Trapiche Gran Medalla Cabernet Sauvignon 2011 
Mesmo sendo um monovarietal, é um blend de uvas cabernet sauvignon de diferentes vinhedos, de terroirs bem diferencaidos: da altura de Valle de Uco á Cruz de Piedra em Maipú.
18 messes barricado em carvalho de primeiro uso dão uma boa estrutura a este grande vinho.
Os aromas não se abriram tão rápido, pelo que em boca entregou muito mais do que a nariz prometia.
Mesmo com taninos que ficarão mais doceis com o tempo, mostra já uma entrada suculenta e intensa.
Vinho que passa elegante pelo palato e com final de boca persistente.



Passamos por alto o Malbec de Gran Medalla para ir num dos Single Vineyard que Daniel tinha trazido.
Desde o 2005,  a vinícola decide dar a chance a pequenos agricultores com pequenas fincas para que alem de continuar comprando as suas uvas, possam ao mesmo tempo aparecer no rótulo como produtores; o agricultor geralmente deve vender as suas uvas e não produz vinho com elas. Os single vineyards são em definitiva uma justa homenagem a eles, lês outorgando visibilidade. 
São só três escolhidos por o Pi por safra, pelo que a competencia e os padrões de qualidade são  altíssimos.
Nos experimentamos só um, o Trapiche Terroir Series Orellana de Escobar Malbec 2010: amor ao primeiro gole!
Da finca localizada em La Consulta, no Valle de Uco, e dum vinhedo de mais de 60 anos, este malbec  é cativante assim que se coloca o nariz na taça; bem mineral, intenso, especiado e com explosão de aromas frutais: quase que a família dos berries completa, figo...vinho perfumadíssimo! 
Em boca este malbec enamora: é concentrado sem perder a elegância, aveludado, suculento, doce com a fruta envolvendo ao palato, com uma madeira perfeitamente integrada, mas é muito mais do que isso, é se ter a fantástica sensação de estar bebendo algo especial...outro vinho a comprar para desfrutar cada gole da garrafa.
Final cumprido, intenso, persistente...fiquei apaixonado por ele!
Aqui a importadora o vende em caros R$215.

Quando achava que o melhor já tinha passado, aí o Daniel apresentou seu Imperfecto e o Iscay Syrah- viognier.

Imperfecto é um dois memoráveis vinhos de garage que o próprio Daniel produz com uvas de altura, do Gualtallary.


Outro Malbec fantástico, com pequeno aporte do 3% de Cabernet Franc , 24 messes barricado mas com aporte suave, harmônico da madeira.
Vinho provocador, de grande personalidade, que precisa ser domado.Boa estrutura e acidez, concentrado e mineral... mesmo para beber já, eu o compraria e guardaria 3 anos, para deixa lo evoluir em garrafa e mostrar todo seu maravilhoso potencial e soltar a sua elegância que aparece timidamente no primeiro gole.


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Iscay Syrah - Viognier 2011: o grande finale!

É um blend premium da vinícola para o qual o Daniel convidou um enólogo californiano experto em Syrah para produzi~lo..
97% Syrah e 3% (Daniel gosta muito do numero três) Viognier para este vinho surpreendente.
Uma nariz provocadora, mas delicada, fruta vermelha e preta, algo floral, 
No palato entra fresco, potente, de bom corpo, suculento e com um final de boca envolvente, viciante.
Vinho complexo que merece ser bebido a garrafa inteira, para ver a sua evolução em cada taça.
Quem gosta do syrah não pode perder esta beleza.
Interfood vende ele a R$287.





Foi tão interessante o bate papo com o Daniel que esqueci de comprar esta excelente trilogia... estou me xingando até hoje.


Conclusões finais: Trapiche continua sendo um gigante no mundo dos vinhos, produzindo vinhos a longa escala, mas também, principalmente desde a chegada do Daniel em 2002, está focado a produzir vinhos premium: diferentes, elegantes.sedutores.
A visita a Trapiche para quem visita Mendoza é imperdível, historia pura duma vinícola centenária.

Nos vinhos, não deixo de rememorar as luxuriosas sensações que os últimos três me produziram.






Em evolução constante, a Trapiche aponta a outras regiões na Argentina; procurando a influencia do Atlântico, escolheu o terroir de Chapadmalal, uma localidade a 20km de Mar del Plata, como ponta de lanza para produzir brancos premium nas castas sauvignon blanc, chardo, riesling e gewurztraminer e tinto com o pinot noir...vinhos de baixa graduação alcoólica e delicados.
Estaremos a espreita para ver o que estes gigantes (Trapiche e Daniel) podem produzir fora de Mendoza, a sua zona de conforto.


Obrigado Daniel, obrigado Trapiche, pela inesquecível tarde vivida.









segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

HUARPE WINES

DIARIO DE VIAGEM  - AGRELO, LUJAN DE CUYO - MENDOZA 

PAIXÃO DE FAMÍLIA


Huarpe Wines é a paixão de dois irmãos que respiram vinho desde que nasceram, são a quarta geração duma família tradicionalíssima e pioneira em vinhos como os Toso.
Fundada em 2003, Huarpe é uma das vinícolas premium que mas cresceu em exportações; José Hernández Toso é um cara que manja e muito de vinhos, já foi winemaker de Luigi Bosca e escolhido o enólogo do ano em 2004.

Fui conhecendo o que eles fazem em restaurantes de autor em Buenos Aires é isso é sempre um bom sinal, pois são escolhas do próprio dono ou chef do bistrô, que fogem das grandes marcas para surpreender com rótulos diferentes, com achados.
















Na minha viagem a Mendoza queria conhecer a vinícola, o trabalho que eles fazem, saber mais da sua historia e a chance unica de degustar os vinhos onde eles se produzem, tomando ate do tanque...experiencia que pela gentileza dos irmãos Hernández Toso tivemos a sorte de vivenciar.

Não foi uma cata propriamente dita, foi mais uma visita, com o diferencial de beber alguns rótulos do tanque.
José infelizmente estava viajando mas fomos atenciosamente recebidos por Patricio.



Vinícola pequena em tamanho, com a ideia que para manter os altos níveis de qualidade a produção deve ser limitada, mas com grandes vinhos ao ponto que a linha aérea Lufthansa os escolheu como fornecedores para todos seus voos internacionais de first e business; o Taymente foi o escolhido.
Incluso os da linha de entrada, os Lancatay são vinhos cuidados, meticulosamente produzidos...quase artesanais.A vinícola não clarifica seus vinhos, nem filtra eles.

Experimentamos na nossa curta visita e direto do tanque a nova produção 2014:





Lancatay Cabernet Sauvignon 2014: gastronômico, fácil de beber mas com corpo e personalidade: leve, vinho jovem, final envolvente.

Taymente Malbec 2014: vinho que explode em fruta.. Tomei ele em Buenos Aires, o 2013, e a madeira aporta corpo, algum toque defumado.

Intenso em boca, taninos presentes e amáveis, vinho redondo
Smart buy em qualquer lado, fora aqui, onde é importado e comercializado pela Maison des Caves na faixa dos 75 reais, o que prejudica notoriamente a sua relação preço qualidade.



Dos outros, o Huarpe e o Guayquil (que não é importado aqui) farei uma nota separadamente, pois trouxe 3 garrafas e ainda repousam na minha adega, esperando alguma ocasião especial.
















Huarpe Wines esta se preparando para receber ao enoturismo, que em Mendoza atinge o surpreendente numero de 700.000 ao ano.As primeiras projeções indicam a sua apertura para 2015/2016 conforme contava Patricio.



Foi um dia de corridas saindo do Valle de Uco pela manha, com almoço programado em Dominios del Plata e com a tarde já agendada em Trapiche, assunto da próxima matéria...visita curta que com certeza não sera a ultima e bem proveitosa, agradecemos profundamente ao Patricio pela a sua amabilidade e valioso tempo.