quinta-feira, 27 de novembro de 2014

ZUCCARDI Q - MARCHIORI & BARRAUD e BIANCHI PARTICULAR

Três sugestões: 2 Malbecs e 1 Cabernet Sauvignon




ZUCCARDI Q MALBEC 2012






Apos da desilusão com o serie A, tinha meus ressábios na hora de abrir este Q Malbec 2012.
Porem, com a intensidade própria do terroir de Valle de Uco,este Q é um Malbec extraordinário!
12 messes  barricado e mais 6 em garrafa antes de sair ao mercado, este Q amostra uma personalidade que impressiona.
É bom explicar um pouco a mudança desta linha em referencia ao terroir: quem pega um Q de safras anteriores achara um vinho diferente, pois as uvas pertenciam a Maipu, onde a vinícola esta baseada.
Esta grande mudança tem a ver e muito com a nova geração da família Zuccardi, comandada por um cara apaixonado pelo que faz, e que decidiu não ficar numa zona de conforto: Sebastían Zuccardi.
Apostou pelos terroirs de mais altura, com solos particulares, e o resultado e um vinho bem equilibrado em nariz com uma boca concentrada, super expressiva mas com entrada aveludada.
Vinho de guarda, pois pode evoluir muito ainda em garrafa, mas que surpreende se é aberto agora, como foi o meu caso.
Madeira com rol secundário, o que para mim é outro ponto a favor. Final interessantíssimo e persistente.
Na faixa dos 180/200 pesos em Buenos Aires, 30 a 35 reais.
RPQ MB.
Os irritantes 135 reais pedidos aqui pela o seu importador, a Ravin, me afastam definitivamente de compra ~lo aqui.






BIANCHI PARTICULAR
Cabernet Sauvignon 2005



Mítica vinícola argentina, este cabernet sauvignon se destaca mais pela a sua delicadeza, a sua elegância, do que os Cabernet deste lado do mundo acostumam oferecer.
Opção para quem gosta dum vinho de safra velha mas que se apresenta delicado, frutado, pois não tive contato com a madeira...descansou 36 meses em inox e mais 36 messes engarrafado.
Este é um dos vinhos premium de Casa Bianchi, fundada por Valentín Bianchi ha mais de 60 anos.
Nariz aromática, sedutora, bem floral, frutas vermelhas sutis...nariz delicada.
Em boca é concentrado com muita elegância , taninos amáveis e entrada aveludada, bem estruturado e de final persistente.
Vinho que se bebe fácil, super gastronômico... uma opção diferente e delicada.
Nos 220 pesos em Buenos Aires, uns 35 a 40 reais...RPQ B+.
Por incrível que pareça, a importadora Mr Man tem ele a preço promocional  hoje no seu site a 49 reais! RPQ MB+ aquí!!.





MARCHIORI & BARRAUD MALBEC 2013 - PEDRIEL




Estos dois sobrenomes podem passar despercebidos numa prateleira, nao para mim.
Estes caras, Andrea Marchiori e o Luis Barraud são os enólogos da vinícola Viña Cobos, pelo que um malbec deles como um projeto pessoal bem merecia a compra, não tinha como dar errado, ate porquê a família Marchiori produz vinhos altamente cuidados em cada uma das suas etapas, e são muito reconhecidos no mercado  por causa disso.

O resultado é um Malbec que  pisa forte, com 16 messes de barricas francesas e americanas (75/25) a boca explode em fruta (cereja, com uma madeira amável, que deu estrutura ao vinho sem ser invasiva.Boca bem gulosa e um final bem persistente, para matar a garrafa num jantar a dois....ou para acompanhar uma ciabatta de fraldinha como foi meu caso.
Pedriel é uma zona que pela tipicidade do seu solo é para ter muito em conta na hora de decidir a compra.
Na faixa do 100 a 120 pesos em Buenos Aires...uns 20 reais: RPQ MB+.
Sem importador aqui no Brasil ainda... a Grand Cru importa os vinhos da V.Cobos, mas não os do projeto pessoal deste casal.









3 vinhos diferentes, de três terroirs bem diferenciados: Valle de Uco (La Consulta e Vista Flores), Pedriel e San Rafael, ao sul de Mendoza este ultimo; três belos rótulos para ter em conta.




sexta-feira, 21 de novembro de 2014

OSADIA DE CREAR - SUSANA BALBO

MENDOZA - DIÁRIO DE VIAGEM - GASTRONOMIA V

 Almoço em Vinícolas 

 OSADIA DE CREAR 

  DOMINIO DEL PLATA  




EXCELENTE OPÇÃO NA ROTA DO VINHO

Dominio del Plata e seu restaurante Osadía de Crear estão na lindíssima rota do vinho, aquela que se estende pela rota 15 (chamada também como Cochabamba), em Luján de Cuyo,  com vizinhos ilustres como Norton, Catena, Chandon, Tapiz, Huarpe e tantos outros, e num caminho cheio de  pitorescos alamos que entregam a sombra imprescindível para se refugiar do sol na terra onde ele é protagonista mais de 300 dias ao ano.

O lugar parece tirado duma pintura, e num ambiente paradisíaco desses as exigências da comida e do serviço deviam estar a altura.

Se percebe que a vinícola e o restaurante estão preparados para receber ao turismo desde o momento em que você envia mail para eles reservarem, e se estende in loco com os  simpáticos  e solícitos garçons que entendem e foram treinados para interpretar o que você foi procurar lá: 
uma experiencia e não simplesmente um almoço, e fazem tudo de muita boa vontade para te mimar... ficamos gratamente surpresos com o atendimento.

Num dia de sol como esses não dava para ficar dentro no elegante salão, preferimos as galerias externas, fazendo que a paisagem seja um integrante a mais na mesa, e deixando a brisa mendocina do meio-dia se somar.






No almoço da para escolher a la carte, ou indo nos três passos do mesmo cardápio por um preço fixo, bem mais conveniente, o qual varia segundo a linha de vinhos que harmonizem com a comida.
Se for com a linha de entrada, o Críos, o menu sai por 305 pesos, uns cinquenta e cinco reais se trocar bem o seu dinheiro....leu bem: 55 reais!!!!.
E subir de categoria nos vinhos não doeu no bolso, indo para a linha Ben Marco (vinhaços) a experiencia sai por 60!, o que em São Paulo não pagamos nem a garrafa de vinho num restaurante.

Dos vinhos falarei numa matéria separada, ate porque já escrevi sobre o Ben Marco Expressivo aqui:
http://enogastrogringo.blogspot.com.br/2014/09/vinhos-argentinos-mediaalta-gama.html

Só vou adiantando que harmonizaram perfeitamente com o almoço.







Nas entradas escolhemos o chivo confitado  e a salada de cambembert entre sete opções. Os pratos são cuidadosamente apresentados, mas a estrela é sem dúvida a comida: os dois foram bons, se destacando o delicadíssimo cambembert morno com geleia de frutos vermelhos. 
Não quero falar de vinhos nesta matéria., mas o torrontés Ben Marco caiu que nem uma luva com ele.















Nos principais tive maior aceptação a costela de porco ao forno de lenha com molho barbecue com batatas, suculenta, carne macia que dava para cortar com o garfo,  do que os nhoques feitos com a borra do vinho Brioso (um dos alta gama da vinícola), este ultimo prato gostoso mais um tanto monótono...careceu dalgumas texturas  a mais (algum molho) e o queijo defumado em cubos não se integrou ao prato e o deixou um tanto pesado.




Na sobremesa escolhemos os dois a mesma, entre quatro opções: de grande impacto visual o petit gateau de laranja (não era aquele vulcão que conhecemos, é feito com base de bolo) estava bem saboroso, com a mousse de chocolate de alta qualidade e uma laranjinhas cristalizadas e banhadas em chocolate amaro sensacionais: uma farofinha de pistache fechou com chave de ouro a experiencia. 



O almoço foi fantástico, infelizmente nos pegou num dia que estávamos nas corridas pois víamos dum convite em HuarpeWines e tínhamos outro em Trapiche com o grande Daniel Pi (chefe de enologia da firma) nos esperando, pelo que lamentamos não curtir o lugar u pouco a mais nos relaxando a vontade. e a chance de bater um papo bem mais extenso com outra grande: a Susana Balbo, dona da vinícola e Presidente de WofA (Wines of Argentina) estava la, e se aproximou muito cordialmente a mesa para nos cumprimentar.

Não posso compara lo com outros dentro de vinícolas pois por diferentes convites que surgiram na semana que ficamos em Mendoza acabamos cancelando outras visitas a restaurantes (María da Vinícola Séptima e também o do Ruca Malén), mas o que posso afirmar sim é que aqui todas as nossas expetativas foram amplamente satisfeitas.


Conclusões finais: 
Restaurante de ótima relação preço qualidade, com alto padrão em atendimento, comida caprichada e apresentação gourmet. Não perca!
Saúde!




Dominio del Plata,
Cochabamba 7801, Luján de Cuyo
Mendoza


segunda-feira, 17 de novembro de 2014

1884 FRANCIS MALLMANN

DIARIO DE VIAGEM - MENDOZA -  GASTRONOMIA IV

 1884 
 FRANCIS MALLMANN 



Requinte em cozinha regional gourmet


Ha 18 anos Mallmann, um dos chefes mas prestigiosos, referente mundial da culinária argentina e o Nicolás Catena Zapata (o sobrenome soa familiar?... é mesmo o dono da vinícola Catena Zapata. um visionário e uma das pessoas mais influentes da industria) acharam que alguns salões da charmosa vinícola Esorihuela  e seu jardim teriam o potencial para desenvolver um dos seus restaurantes.
Dezoito anos depois o suntuosidade sem exageros, a elegância do salão principal  e esse jardim de sonho já valem a visita a este restaurante onde o fogo é sempre o protagonista.

O restaurante se baseia na cozinha regional, carro chefe de Mallmann desde sempre, e a apropriada utilização dos fogos e aí onde aparece o diferencial maior...alem do ar aristocrático que se respira.

Na nossa visita, em turma de seis, nem todos os pratos brilharam, mas alguns pratos quase luxuriosos fizeram esquecer pequenas derrapadas. 
Desta vez, pelo caso de ir em grupo, não todas as fotos são minhas, pois a dinâmica de grupo nas vezes impede fotografar a vontade e os tempos são outros.

O restaurante tem preços salgados para os padrões argentinos, entradas nos 30 reais e principais na faixa dos 60/70 reais, pelo que mesmo impressionados pela elegância do restaurante, era hora de provar a comida e saber se estava a altura dos valores pedidos:  as expectativas, obviamente, eram grandes.

O bom de ir em turma é que você tem uma amostra bem mais completa do que a cozinha pode produzir, não limitando o observação geral a três ou quatro pratos da refeição que um casal normalmente degustaria.

Dividimos três entradas, mas nenhuma provocou suspiros: só a correta e saborosa salada de camarões atingiu o nível esperado.







Infelizmente a pizza de cheddar deixou a desejar e muito: o cheddar carecia do seu sabor marcante e intenso, a massa, como se aprecia na foto, branca demais, como se tivessem faltado alguns minutos a mais no forno.O molho de tomate só como base, escasso, desabrido, sem destaque nem representatividade.
Deu para comer, o que num restaurante deste nível deveria ser tomado em conta como um insulto.
A foto já é um documento em si própria. 




Já nos principais aquela inicial sensação de desilusão se perdeu por completo, pois todos os pratos pedidos deixaram a sua marca

O cordeiro e o lomo  já geraram os primeiros gemidos, mas aí apareceram as duas grandes estrelas da noite:
O olho de bife e o polvo.
Não foram as minhas pedidas, mas garfei quase a metade de cada prato para poder afirmar que estão entre os melhores pratos que eu já comi alguma vez.


O olho de bife era uma obra de arte, fazia muito tempo que eu não comia um corte tão macio, tenro, suculento, saboroso e  no ponto de cozimento pedido. Todas as grandes caraterísticas deste corte estavam realçadas pelo excelente fogo do churrasqueiro; orgásmico!
Se fosse socialmente aceito, tivesse subido na cadeira e aplaudido em pê. Se passaram duas semanas daquele bife e ainda faz água na minha boca. 





O polvo foi sublime: carnudo como poucos, saboroso a cada garfada, macio por dentro, elegantemente especiado e crocante por fora. prato de dificílima execução em qualquer cozinha  mas aqui atingiu a brilhantez.
O único detalhe negativo é que eu vi fotos desse prato antes de reservar e a porção era mais generosa, mais o sabor ficou gravada na minha memoria gustativa.


Só fomos na sobremesa "adictos ao chocolate" (ou era chocolate para fanáticos o nome, sei la ...a foto saiu tremida) para dar umas colheradas entre todos e o nível da matéria prima era alto, as texturas aprovadíssimas e os sabores marcantes.


Foi a primeira vez que jantei num restuarante de Francis Mallmann, um cara que é uma lenda viva gastronomicamente falando e que sempre tive e tem restaurantes costosissimos, exclusivos, bem longe do meu orçamento.
As grandes expetativas criadas foram ampliamente satisfeitas...aqui os muitos pontos altos e alguns baixos adicionais aos comentados que enxergamos na "experiencia Mallmann"

Pontos altíssimos:
  • O serviço em geral, tem muitos atendentes, solícitos, atentos aos mínimos detalhes.todos simpaticos  sem exageros, sem serem invasivos.
  • Carta de vinhos75 paginas a componem, talvez a carta mais extensa que eu já vi num restaurante, pelo que o leque de opções é gigantesco
  • Serviço das águas: quem quer paga uma taxa fixa de 32 pesos (seis reais) e a água mineral é providenciada a cada instante que o copo estiver meio vazio
  •  Sommelier: a Daniela Fernández esta no comando: Dana, fofa, manja e muito de vinhos, pelo que é bom consulta la se tiver duvidas... eu escolhi sozinho.
  • Ambientação do lugar, elegantemente decorado, pisos de mármore, lustres de estilo, super charmoso.

Pontos altos: 
  • Serviço de pão, que acho que não é taxado, chega quente na mesa
  • O ar de exclusividade que se respira...no fundo você esta pagando por isso tambêm.

Pontos baixos
  • O preços dos vinhos da excelente carta: exageradíssimos!...   Uma carta de 75 paginas é uma decisão do estabelecimento, não faz sentido carregar na conta do cliente a estiba deles ou a cava especialmente preparada. Resulta menos entendível ainda quando o restaurante esta localizado na maior província vitivinicola da Argentina, pelo que se elimina o transporte e todos os intermediários... Dobrar e em muitos casos ate triplicar o valor duma casa de vinhos  me incomoda profundamente, pois limitou a minha escolha na mesa.
O valor do que operativamente custa manter um estabelecimento desse charme deveria estar nos pratos, não nos vinhos. Nem os próprios vinhos do Escorihuela ou de Bodegas Caro , que também se produzem aí estavam em conta, uma pena.
  • A mulher da segurança, um pouco grossa com os motoristas que nos levaram.

Conclusões finais: 1884 é uma experiencia culinária para não perder se você passar por Mendoza. Ambiente diferenciado e fogos especiais que garantem um toque a mais nos pratos. 

Se o seu orçamento for apertado, é só ficar esperto na hora da escolha do vinho e saber dividir os pratos, pois alguns da pra dividir. nos em seis pedindo três entradas, 4 principais, uma sobremesa para garfar entre todos, seis cafe e duas garrafas de vinho, um branco e um tinto estrategicamente pedidos para não engrossar muito a conta, deu 950 pesos por casal, uns 80 reais por pessoa... compare com São Paulo e é para chorar mesmo.

1884 Francis Mallmann 
Belgrano 1188 - Dentro da Vinícola Escorihuela
Godoy Cruz - Mendoza

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

ZUCCARDI SERIE A MALBEC 2012


Desilusão

Comprado no free shop, para evitar o excesso de bagagem despachado, este exemplar do Valle de Uco, terroir de moda e de  mais altura do que as regioes tradicionais, como Lujan de Cuyo, Agrelo ou Pedriel em Mendoza, desapontou nos três testes realizados.
Com um 70% do vinho barricado só 10 messes, tinha tudo para se entregar e se mostrar assim que aberto:
Rolha convidativa., aromática, que eliminava a chance dalgum defeito, em nariz entregou consistência e concentração, soltando aos poucos aromas de frutos vermelhos.
Em boca entrou voluptuoso, mas daí em diante não conseguiu me atrapar: sem a fruta se destacando, taninos algo rústicos ainda e com um final de boca sem a persistência nem a suculência esperada, com retrogosto com um deixo amargo.

NO primeiro teste foi bebido sozinho; já no segundo acompanhando uma linguiça de fazenda argentina, um brie francês  e o azeite de oliva deles, o majestoso Frantoio, foi um melhor parceiro, mas um ator coadjuvante
No terceiro, fechado no vácuo e aberto doze horas depois, mostrou certa evolução, sem atingir o patamar de satisfação do produto adquirido e analisa-lo para recompra.



Em Argentina, em Buenos Aires em casa de vinhos, esta na faixa dos 120/130 pesos (20 a 25 reais), segmento de muitos e melhores concorrentes.
Aqui no Brasil é importado pela Ravin, a caros 79 reais.
90 pontos de R.Parker...extranho.


quarta-feira, 12 de novembro de 2014

MARÍA ANTONIETA

DIARIO De VIAGEM  - MENDOZA  - GASTRONOMIA III

   MARIA ANTONIETA   


COZINHA SURPREENDENTE, O RESTO PRECISA MELHORAR



Super sugerido desde diversas fontes, não podia passar por Mendoza e não conhece -lo.
As sensações foram, culinariamente falando, perfeitas, pois os verdadeiros craques estão na cozinha, aqueles que trabalham expostos ao publico, num restaurante cheio numa sexta a noite, dia da minha visita, e conseguem dar não só conta do recado mas executar cada prato perto da perfeição.

Fora a cozinha, fantástica ( vi incluso outros pratos que passaram para outras messas) o resto não atingiu nem de perto este nível.

O lugar não é charmoso, as cadeiras são desconfortáveis, o serviço é irregular, alguns garçons atenciosos, mas a outra metade deles que não tem a minima ideia do que o atendimento ao cliente deve ser.

A host não ajuda muito nem é simpática e a carta de vinhos...ai ai ai a carta de vinhos!
Preços desproporcionados, ridículos, ao ponto tal que o Las Perdices Reserva Don Juan 2010, já caros 360 pesos no restaurante1884 de Francis Mallmann, aquí estava 420 ...absurdo!
Os investimentos dum restaurante e do outro nem se comparam, o nome e o nível ainda menos, pelo que é inexplicável  uma carta de vinhos desse naipe neste, proibitiva para quem mora lá.

Acabamos indo numa taça do gostossísimo blend de chardonnay com sauvignon blanc de Clara Benegas da vinícola Benegas e outra de Animal malbec do Ernesto Catena, mas dos vinhos farei matérias separadamente.



Voltando pra o melhor, a comida, informados do tamanho das porções decidimos dividir um principal como entrada e pedir outro principal para compartir também.
Caçarola de Maltagliatto com centolla gratinada  uns fetucchine de centolla,  chegam na mesa na própria fonte onde foram acabados e gratinados, brilhante ideia pois remete a cozinha da vovó, seduzindo inicialmente ao cliente no visual.
Apos da sua entrada triunfal, o prato devolve todas as sensações que o cliente criou se assim que a fonte chegou na mesa.




Deliciosa e delicada creme de leite que harmoniza perfeitamente com o fruto do mar (carnudo e generoso) e a massa...prato memorável!














O olho de bife, macio, tenro, suculento também foi outra grande pedida...o prato num todo pecou pela fraca apresentação e quantidade do purê de batatas, escolhido como acompanhamento.
Servido numa bandeja quase plana, o purê perde temperatura  rapidamente, talvez foi o único lunar que mencionar da cozinha.








Não pedimos sobremesa, era nossa ultima noite em Mendoza e a maratona gastronômica tinha passado factura em nossos corpos.
Sabendo pedir não acaba sendo um lugar caro, com entradas na faixa dos 120/150 pesos (20 a 25 reais) e principais acima dos 180 (entre 30 a 40 dilmas); agora se descuidando, pedindo demais e bebendo uma das caras garrafas de vinho da carta a piada pode atingir uns 200 reais...A nossa menos de 80.

Na cultura argentina a mesinha fora é super disputada, nem tanto aqui no Brasil.
Numa noite de calor, que Mendoza acostuma entregar muitas nesta época do ano é uma boa opção também.









María Antonieta
Belgrano 1069, Cidade de Mendoza


















terça-feira, 11 de novembro de 2014

TERRUÑO - CLUB TAPIZ



DIARIO DE VIAGEM MENDOZA GASTRONOMIA II 

  TERRUÑO - CLUB TAPIZ   

SÓ PARA GOURMETS 



Restaurante e hospedagem da vinícola Tapiz que ficam num endereço diferente de onde os vinhos se produzem. 
Desta vez chegamos em turma, acompanhado por outros dois casais mais tradicionalistas, e fomos no menu de quatro passos.


Eu abraço a ideia da cozinha de autor, do cara criativo que procura surpreender; agora bem, nem todas as combinações deram certo e houve certo aborrecimento na mesa com o tamanho dalgumas porções.
Eu achei uma marcante preocupação pela apresentação do prato, visualmente perfeito, mas descuidando algumas proporções, o que não tirou uma grata impressão geral.

O que me deixou inconformado, e não é um dado menor,  foi o fato de que a harmonização dos pratos é feita somente com a linha de vinhos de entrada e da linha clássica da vinícola...o que tivesse acrescido a conta de 290 para 440 pesos por pessoa, caro em comparação a outros restaurantes de vinícolas que estivemos.

A ideia de comer numa vinícola é a de apreciar seus vinhos, e como eles interagem e harmonizam com cada prato; sendo deles os preços deveriam ser menores



Ja falando da comida, meu primeiro passo, o apetizer,  tinha cogumelos silvestres, aspáragos, queijo, ervilhas... simpático, para abrir o palato e se preparar para a entrada.







Combinação muito bem logradaQuejo de Cabra em puré doce de azeitonas, com sementes de abóbora crocantes (deliciosas) e tuile de amêndoas  










No segundo passo, que poderia ter sido memorável, pois combinou a fantástica molleja, carnuda, macia, sem gordura, com uma beterraba assada dando o toque da terra, e a doçura aportada pela geleia de goiaba, pecou na excentricidade do mascarpone, que não combinou nem um pouco...outros queijos (cambembert ou brie tanto assado como empanado) teriam funcionado melhor. 

A molleja veio em porção minuscula que gerou acalorados debates na mesa por parte dos tradicionalistas...e não faltava razão neles, pois acabou sendo outro tira-gosto, mais do que um segundo passo, quase perfeito na execução mais deixando ao cliente desejando mais.



Outras opçóes foram os langostinos em creme de açafrão e gaspacho de maça, que não experimentei por razoes obvias: não foi a minha pedida e vinham só dois no prato



Nos principais os tamanhos melhoraram: bom cordeiro braseado e correta costela de cordeiro na chapa acompanhados de batata rosti ...bom prato, mas esperava mais.

Boa pedida para amantes do peixe é a truta, selada e tenra, com chips de mandioca e creme de beterraba














O ultimo passo trouxe  a estrela da noite: a delicada creme de chocolate com cítricos  e cristais de hortelã necessários para cortar tanta doçura e dar um frescor ao prato.
Sobremesa contundente, em sabor e em tamanho



O morango com mascarpone, merengue e frutos vermelhos não provocou suspiros, mas não desentonou.



Conclusões finais: 
Os resultados finais foram diferentes segundo o casal, e a proposta em seu conjunto não foi abraçada totalmente pelo grupo.

Se você é daqueles que se importam com a apresentação do prato, com os diferentes sabores e texturas que cada passo pode oferecer, se privilegia a qualidade por sobre a quantidade, você tem o perfil do restaurante.


Agora se você é daqueles que quando acerta em cheio com a escolha do prato, pois ele é saboroso, acaba sentindo que a porção é pequena demais, ficando na vontade...aí sugiro pensá-lo duas vezes, ou escolher outro.

Terruño  - Club Tapiz
Ruta 60 km 2,5 Maipú, Mendoza

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

DIÁRIO DE VIAGEM - MENDOZA - GASTRONOMIA

     PIE DE CUBA    

COZINHA CRIATIVA NUM ENTORNO DE FAZENDA

Mendoza é uma das nove capitais do vinho, junto com  Bordeaux, Florença, Rioja, Porto, Melbourne, Napa Valley, Cidade do Cabo e a ultima incorporada Casablanca no Chile.

O Enoturismo é a atividade principal de quem chega aqui - só nesse rubro a Província recepciona mais dum milhão de turistas ao ano- mas existem muitas outras atividades: esportes radicais, escaladas ao Aconcágua, águas termais.
Uma que também vem se destacando e crescendo e a gastronomia: não só nas vinícolas onde chefs renomeados cuidam das cartas e entregam menu de passos harmonizados, mas também fora, e o Pie de Cuba é um bom exemplo.

Localizado em Coquimbito - Maipú, a 20 km da cidade, mas conveniente e bem mais perto pra quem escolhe se hospedar mais perto das vinícolas da região (Trapiche, Carina E, Zuccardi, López entre outras) este restaurante não é um lugar de passo, mas vale a pena se desviar para apreciar a sua culinária.



Ideal para um almoço a o ar livre (não tivemos essa sorte pois tocou, estranhamente, um dia bem frio em Novembro) a cozinha é boa e possuem uma boa seleção de vinhos a preços bacanas.

Este trio de empanadas superou com folga as mollejas como opção de entrada.


Já nos principais o destaque veio da mão da Bondiola de cerdo braseada (um corte suíno maturado).
A maciez da carne e a delicadeza do molho combinaram muito bem, muito bem... os tomatinhos cerejas caramelizados e cebola roxa deram a leveza necessária ao prato.




Não ficou atras o Ojo de Bife em crosta de pistache: tenro, suculento...carne macia, trazida no ponto pedido...foi uma grande pedida, pena que não foi a minha.

Desentonaram um pouco a truta e a minha pedida, os Parpadelle com camarões.
Na minha massa faltou magica, o prato estava correto mas nada inesquecível.




O lugar é acolhedor e pequeno pelo que se sugere reserva, mais nos finais de semana.


A sobremesa, um parfait de chocolate com sorvete fechou satisfatoriamente o almoço com uma muito boa relação preço qualidade.

















O bonito quintal fora é super convidativo para beber o cafe fora, embaixo das árvores, ou incluso para tirar uma soneca reparadora após varias taças de vinho...mas num dia quente claro.




Preços?
Trocando bem seu dinheiro, as entradas estão por volta de 10 a 15 reais, os principais entre 25 e 30...e bebimos um muito bom vinho, um Escorihuela Syrah Selecciones por menos de 30 reais, preços camaradadíssimos para quem enfrenta dia a dia os exorbitantes valores paulistas.

Pie de Cuba
Urquiza 800 - Coquimbito - Maipu - Mendoza