sexta-feira, 26 de setembro de 2014

PREMIUM TASTING SAO PAULO II

 TASTING DAY 
- AS PRIMEIRAS 15 PEROLAS

Ou grande evento que teve aos grandes winemakers argentinos  na Casa Argentina em São Paulo dando clinicas no primeiro dia, já sucintamente apontadas na primeira matéria, expus os 29 rótulos ao dia seguinte, o dia da grande cata a cegas.

Daniel Pi. Ale Vigil, Eu e Seba Zuccardi
(credito da foto: Janice Prado)
As 29 joias que o Nicolás Aleman, organizador do evento trouxe junto foram servidas em flights de cinco, descobertas e comentadas pelos apresentadores.

Estes foram os primeiros 15 da tarde, alguns já se importam aqui, outros ainda não, mas copiei a foto do Premium Tasting pois é bem ilustrativa e concisa: preço, pontuação, vinícola, enólogo e a importadora local.







A CATA


Vigil, Michelini, Martorelli e Mounier


Colome Torrontes 2013O primeiro foi um branco, o único do dia: dos mesmos produtores do Amalaya (parece um avanço dum filme nê?)  foi apresentado este delicioso torrontes que mostra toda a tipicidade do solo saltenho, da variedade branca insignia da Argentina... é um torrontes elegante, delicado, menos selvagem que o Amalaya.
Final sem retrogosto amargo, o preço de 55 reais da Decanter: corretíssimo , RPQ MB+


Dos 4 tintos apresentados na sequencia no primeiro flight, dois chamaram particularmente a minha atenção:
EL ESTECO FINCAS NOTABLES MALBEC 2011 
ATAMISQUE MALBEC 2011

foto: WofA


credito da foto: Janice Prado

O El Esteco, ganhador do flight,  surpreendeu ao explodir em boca, carnudo, voluptuoso e com um final luxurioso , quase aditivo. Os 15 messes barricado deram estrutura ao vinho, mas não deixando a madeira ser invasiva.
O Atamisque, de 14 messes de barrica e mais 12 engarrafado mostrou uma nariz bem intensa, dominante, marcando presencia. Em boca se mostrou elegante, bem intenso,untuoso, taninos bem integrados,  com potencial de se expressar melhor ainda do que na tarde do tasting, outro a beber em Mendoza saboreando cada gole.


Do segundo flight escolhi 3:

Gran Enemigo Single Vineyard Agrelo 2010


 Foi o melhor do flight: Alejandro Vigil, que também é o enólogo da Catena Zapata, criou a Vinícola Aleanna junto com Adrianna Catena e este vinho é um dos mais belos exemplares desse projeto. 
Alejandro Vigil é um dos caras mais influentes na industria, e mesmo pudendo se estabelecer numa zona de conforto, o cara vai alem: escolhe o desafio; o cara é um desbravador, um curioso, um pesquisador incansável... todos nós agradecidos.





Este Cabernet Franc é delicioso, elegante, sofisticado e com um final de boca de filme!. 
A amabilidade do Cabernet Franc encontrou em Agrelo um terroir para expressar a sua fineza... e na mão do Ale uma ferramenta genial, um parceiro de luxo para crescerem juntos na Argentina. 
Ainda não testei o mesmo vinho que ele faz em Gualtallary, um outro terroir próximo e a mais altura ...agendado também para a viagem.





Gostei muito do  Bramare Cabernet Sauvignon Luján de Cuyo 2011... porém não achei logico mistura-lo num flight de Cabernet Franc e menos ainda coloca lo no meio do flight; um cabernet sauvignon barricado 18 messes com uma sedução visual, uma intensidade aromática e uma redondez no palato bem marcantes, com um final persistente; vinho equilibrado, concentrado e com taninos doces, agradáveis.











O terceiro foi o Paz Cabernet Cabernet 2012 , um blend 50 e 50.Vinho elegante,  frutado,  gastronômico, com boca gulosa e final persistente.Agradou e muito, mas de Fincas Las Moras eu tenho meu favorito: Aquele Gran Syrah 3 valles.









Do ultimo flight destes primeiros 15 gostei muito dos últimos três: começando pelo belíssimo  Decero Amano Remolinos Vineyard 2011, um corte de Malbec e Cab.Sauvignon principalmente com pequenos aportes de Petit Verdot e Tannat, barricado 22 messes + 10 de garrafa.
Um blend contundente, bem aromático (cereja preta, ameixa madura), um vinho equilibrado em boca, complexo, madeira integrada e um final de boca que apaixona.










Também achei sensacional el Alfa Cruz Blend 2007, corte de Tempranillo, Malbec e C.S ...60/25 e 15.
Nao tinha experimentado ainda um blend dessas carateristicas, onde predomina o Tempranillo por sobre o Malbec mas fiquei gratamente surpreendido com este Alfa!
Os 20 messes de barrica fizeram e muito bem a uva espanhola; Achei este corte superior ao Alfa Crux Malbec comentado ha pouco em outra  matéria.









Finalmente, o Zorzal Field Blend 2012, corte de  75/25 CS e Malbec, de 20 a 24 messes barricado.
Vinho complexo com muita estrutura que experimentarei melhor em Mendoza em Novembro


Observações: Chamou a atenção porem que a grande e indiscutível Susana Balbo, uma das apresentadoras e das mulheres mas influentes na industria , só lesse os comentários da ficha técnica, não aportando as suas sensações no momento da cata.
Outro ponto a considerar e melhorar é a temperatura do serviço...alguns chegaram frios demais para apreciar todas as suas virtudes.


Na próxima matéria os últimos 14 vinhos e as considerações finais do evento.


Saúde!

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

RESTAURANT WEEK - OBÁ e CAPIM SANTO

DUAS BOAS OPÇÕES NO SPRW


CAPIM SANTO -  comida brasileira com requnte




















Capim Santo é uma referencia na cidade de cozinha brasileira, junto com Tordesilhas e o Mocotó entre outros.
Localizado no Jardins o ambiente é um charme só, com direito a duas áreas descobertas, uma mais linda do que a outra

Normalmente de preço bem salgado, é uma perfeita opção no week, onde por 49.90 se tem direito a entrada, principal e sobremesa, todos de perfeita execução.

Fomos nos bolinhos de tapioca (4) com queijo da serra da canastra de entrada: fritados na medida certa, eles chegam a mesa saborosos, sequinhos, sem excesso algum de óleo: bolinho elegante...um muito bom começo (a foto saiu escura, mas decidi inclui-la porque da uma ideia do tamanho da porção).


Nos principais a arroz carreteiro deu show, intensidade nos sabores, diferentes texturas. só faltou ser um preto mais farto para ser perfeito.
A minha esposa amou o couscous marroquinho com frutos do mar, que nem o arroz, faltou só um pouquinho mais no prato para ser nota dez.










Uma sobremesa correta, manjar de coco, fechou um jantar destacado num ambiente quase magico.
Infelizmente, como unico ponto negativo, uma carta de vinhos cara  e uma taxa de rolha exagerada (R$45) impediu regar a janta com um bom chardonnay o um pinot jovem.

CAPIM SANTO 81 pontos

Comida 48/60 pontos
Ambiente 17/20 pontos
Serviço 7/10 pontos
Apresentação 7/10 pontos

Capim Santo, rua Ministro Rocha Azevedo 471, Jardins SP




OBA - Boa comida caseira



Também no Jardins resultou uma boa opção ao meio-dia...e a taxa de 30 reais na rolha permitiu sim acompanhar a refeição com um fantástico Gran Enemigo Cabernet Franc.
Vai de "taco de pescado" de entrada, um taco com peixe frito bom e de Copa lombo no principal, uma carne de porco assada que desmanchava na boca, e que podia ser cortada com o garfo, muito bem acompanhada por um couscous de milho.






Um correto crepe de doce de leite fechou um bom almoço a 37,90 por cabeça, que com a rolha e uma água é o 10%virou 127 contos final o casal.

OBA 74 pontos

Comida 45/60 pontos
Ambiente 14/20 pontos
Serviço 8/10 pontos
Apresentação 7/10 pontos

Oba, rua Melo Alves 205, Jardins SP

sexta-feira, 19 de setembro de 2014

ARGENTINA PREMIUM TASTING - SÃO PAULO

O EVENTO DO ANO




Um dos eventos mais importantes da Argentina, sucesso absoluto em Mendoza nas suas quatro edições decidiu levantar as barreiras e levar esse formato ao exterior da mão do WOFA (Wines of Argentina) em parceria com a INPROTUR (Instituto Nacional de Promoção Turística da Argentina); e afortunadamente a primeira cidade escolhida foi São Paulo.

A escolha não foi por acaso: Brasil representa para a Argentina o seu quarto maior comprador e São Paulo a sua cidade mais rica.

O Premium Tasting reuniu a 29 vinícolas, cada uma apresentando um rotulo que pontuou 92 o mais pontos na ultima avaliação do especialista internacional Robert Parker e teve lugar na Casa Argentina, no Jardim Paulistano.
Casa Argentina

Poucas vezes se tem a chance numa degustação de experimentar esta quantidade de vinhos e que ao mesmo tempo sejam TODOS vinhos consagrados, tops.
O sistema é o duma cata "a cegas" em flights de 5, onde o convidado degusta cinco vinhos consecutivamente sem ver o rotulo, que tem seguidamente a opinião dos apresentadores (a grande Susana Balbo foi uma delas) e do winemaker o diretor da vinícola caso estejam no evento como foi na maioria dos casos.
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Os 29 rótulos são o chamariz do evento, indiscutivelmente, pois se escolheu uma belíssima amostra do que a Argentina tem a oferecer em matéria de vinhos, e não somente do seu grande carro chefe o Malbec... mas ter aqui na cidade a winemakers do prestigio e reconhecimento mundial como Alejandro Vigil, Daniel Pi, Sebastian Zuccardi, J.LMounier, Juan Pablo Michelini ou Pablo Martorelli não tem preço.

Pi, Vigil, Michelini, Zuccardi, Martorelli
Eu tive o privilegio de ser convidado ao evento e poder bater um papo com eles e conseguir extrair um 0,5% do que estes feras manjam de vinhos, de solos...caras realmente apaixonados pelo que fazem, descontraídos, sem postura alguma de divos considerando a fama já alcançada.
Os caras ofereceram umas palestras, umas oficinas que rolaram no dia anterior ao grande tasting.




Foram quatro clinicas, o Alejandro, enólogo da vinícola Catena Zapata e co proprietário da Aleanna falou de Cabernet Franc e Chardonnay de Altura e trouxe com ele magnificas amostras ainda não comerciais destes dos varietais; Subraiou que o Cabernet Franc e outras uvas como a Bonarda nao sustituirão ao Malbec; pelo contrario, serão seus parceiros.
Explicou que a melhor forma de mostrar a diversidade de varietais que a Argentina tem a oferecer é a través do Malbec.
O Ale Vigil ainda esta analisando o comportamento do clima e do solo em diferentes alturas, o que demostra que a vida é um eterno aprendizado, incluso para caras deste naipe.





O José Luis Mounier, enólogo da Vinicola Tukma  e proprietário da Vinícola J.L.Mounier Finca Las Nubes falou sobre os "Vnhos do Norte", em referencia aos vinhos das Províncias mais nortenhas do pais, como Salta, San Juan e Jujuy, esta ultima poco reconhecida pela produção de vinhos, da qual Jose Luis trouxe um belo exemplar, um Sauvignon Blanc de altura, a 2.670 mts da vinícola Tukma nomeado justamente 2.670, e que é completamente diferente aos SB chilenos que estamos acostumados a consumir aqui.
Falou também da evolução da qualidade do Torrontes na Argentina.
















O Daniel Pi, outro cara que dispensaria apresentações, Winemaker da Trapiche e Diretor de Enologia do Grupo Penaflor (proprietária entre outras da Vinicola El Esteco e de Finca Las Moras, alem da mesma Trapiche) venho acompanhado de belíssimos exemplares ganhadores dos Trophies Regionais no AWA 2014, alem de dar uma aula dos diferentes terroirs argentinos e comentar a grande aceptação dos jurados internacionais sobre o Cabernet Franc argentino incluso de regiões não tão badaladas como San Patricio del Chañar na Patagonia e a província de San Juan neste varietal.








Finalmente o Sebastian Zuccardi, enólogo da Vinícola Família Zuccardi explicou os diferentes terroirs de Mendoza, se focando nos solos aluvionais e a diversidade deles medidos principalmente pela proximidade  ou a distáncia de cada um com a Cordillera e a quantidade de pedras recebidas do aluvião, do fenomeno.
O Seba, outra fera, trouxe junto diferentes micro vinificações feitas nos diferentes terroirs mendocinos, mostrando comparativamente e na pratica a magnitude de como o clima e o tipo de solo interfere diretamente no produto final.












O Nicolás Aleman, responsável e dono da marca Premium Tasting mencionou que é a sua intenção traze lo de novo a sampa no ano próximo....estaremos te esperando Nico!

Nico Aleman e Rodrigo Kohn


Foram dos dias inesquecíveis para quem gosta de vinhos...foram apresentados nas duas jornadas mais de 30 joias: Gran Enemigo, Nosotros, Iscay, Adrianna, Aluvional, Eolo, Alfa Crux, Luca, Gran Familia, Bramare e Demente por  mencionar somente alguns destes rotulos impactantes.

De cada um deles escrivirei nas próximas matérias em breve.





sexta-feira, 12 de setembro de 2014

VINHOS ARGENTINOS MEDIA/ALTA GAMA

4 VINHOS - TRÊS  SUGESTÕES 




YACOCHUYA  MALBEC 2007
              INDOMÁVEL




Se você gosta dum vinho mais selvagem, de grande estrutura, dum vinho complexo para ir redescobrindo a cada taça, aquele que explode em boca, de taninos firmes mas redondinhos, de final persistente e guloso este é seu vinho!
Nariz potente e especiada já adverte o poder deste "Yaco".
Vinho intenso, profundo. com o carimbo de Guru Michel Rolland.
Malbec de altura, saltenho e não mendocino, dos Valles Calchaquíes em Cafayate, regiáo de grandes brancos, com 18 messes de barricas francesas.
Suculento, vinho de guarda e de culto.
Eu usei o decanter para abrir ele mais rápido...sugerível mas não obrigatório  
Vinho super sugerido!...preço alto aqui no Brasil: a Grand Cru o vende na faixa dos 320 reais.Vinho caro na Argentina também, na faixa dos 110/130 reais trocando bem seu dinheiro.



BEN MARCO EXPRESIVO 2008 
- Vinho com cintura-



Reconheço que eu tenho uma queda com tudo o que a Susana Balbo, dona da vinícola Dominios del Plata, e também agora nova presidente do Wines of Argentina produz.
Já a sua primeira linha, os Crios, são um ótimo custo benefício, principalmente seus brancos, onde tanto o Torrontes, mais famoso, quanto o Chardonnay, untuoso, possuem um RPQ muito bom aqui no Brasil na faixa dos 35/40 contos.
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Este Ben Marco Expresivo é um blend da alta gama da adega, e justifica plenamente seu preço médio alto na Argentina (na faixa dos 50 reais se trocar bem seu dinheiro) mas nem tanto aqui, no super exagerado valor fixado pela importadora Cantu, quem o vende acima dos 150, o que diminui sensivelmente seu RPQ.

Este corte de 50% Malbec e varias outras uvas, com predominância de Syrah e do Cabernet Sauvignon, é um belo exemplar do que como um vinho de corte pode ser melhor do que um varietal único, onde cada uva faz a sua parte e acrescentam o produto final, e onde os 14 messes de barrica francesa e americana de primeiro uso dão estrutura, harmonia completando o conjunto da obra



É um vinho "com cintura", pois consegue mostrar todo o seu potencial  powerful e suculento para harmonizar carnes vermelhas pesadas como também mostra seu lado mais sutil, mais elegante, harmonizando pato ou porco.

O imagino um ótimo parceiro também para bebe lo sozinho num por do sol em outono, numa bela varanda (tenho uma garrafa guardada a tal efeito).
Bouquet de frutos pretos, especiadinho, sedutor em nariz.
Em boca cumpre todas as promessas: saboroso, elegante, fácil de beber, bem estruturado e de bom corpo....final persistente e guloso...sensual, cativando ao palato avido por mais.


Outro sugerido! 




TRIVENTO GOLDEN RESERVE MALBEC  2011



Concha y Toro, a diferencia da Susana Balbo e seus Dominios del Plata, produz inicialmente o efeito contrario quando me topo com um vinho deles; acho a vinícola uma gigante, bem mais focada ao volume do que a qualidade em linhas gerais.
Este Trivento pertence a eles, que compraram e muito terras deste lado da Cordilheira.
É um bom Malbec, que talvez possa evoluir ainda em garrafa (passou 12 messes barricado e mais doce em garrafa antes de sair ao mercado) mais não foi um vinho que me voou a cabeça.  

Mesmo o considerando um bom Malbec, achei ele tecnicamente correto em cada um dos quesitos, mas talvez corretos demais, quase como uma formula matemática: boa nariz, boca doce no início, final persistente e apimentadinho, taninos maduros, vinho redondo, madeira que não sobressai tanto e adiciona estrutura... mas pecou pela falta de elegância, de complexidade que  um vinho de alta gama acostuma ter também junto aos outros atributos apontados.
Bom malbec, não extraordinário.

Na faixa dos 90/100 reais aqui no Brasil.






ALFA CRUX MALBEC 2007



Outro Malbec de altura, do Valle de Uco, terroir que junto com Gualtallary estao na boca de todos hoje em dia.
Vinícola jovem, propriedade dum espanhol, José María Ortega Fournier, que veio ha menos de 15 anos interessado no solo de Mendoza e motivado pelo preço da hectare daquele momento, decididamente menor ao da região do Douro.
O resultado da vinícola como um todo é bem promissor em linhas gerais: a linha Urban é de um muito bom custo beneficio incluso aqui no Brasil, onde a importadora Da Vinci os vende na faixa dos 35/40 reais.

Enquanto a este Malbec barricado 18 messes e que encantou a muitos formadores de opiniões, entre eles WS com 92 pontos, RP com 91 e o inglês Tom Stevenson entre outros, não produz o mesmo efeito em mim na primeira metade da garrafa consumida assim que aberta.
Se apresentou em nariz com um bouquet bem aromático, especiado, fruta vermelha bem madura... bem convidativo, mas em boca achei ele um pouco duro, precisando se soltar ainda.
A outra metade da garrafa consumida  em casa, tirado o vácuo duas horas antes e servido na temperatura perfeita mostrou sua outra cara: guloso e elegante, fruta e madeira numa bela parceria, bem estruturado e o que achei melhor deste belo exemplar, GRANDE FINALE: de persistência marcante, intenso, voluptuoso, quase aditivo.



Da Vinci vende ele por R$230, mas é um vinho que para mostrar o seu melhor precisa respirar, e mais de meia hora; para tomar em conta na hora de abrir a garrafa.

Saúde!


quinta-feira, 11 de setembro de 2014

RESTAURANT WEEK NOVA EDIÇÃO - BRADO

15º SPRW

Já esta rolando na cidade o festival gastronômico que acontece duas vezes ao ano aqui na cidade.
Eu estou menos empolgado que em outras edições, das quais publiquei varias matérias.
http://enogastrogringo.blogspot.com.br/2013/09/13-restaurant-week.html

Talvez porque mesmo com mais sponsor e mais restaurantes, tenho a sensação que em geral a qualidade do produto oferecido foi dando uma queda com o decorrer das edições.


Nesta edição comecei pelo BRADO e o resultado foi DECEPCIONANTE.

No week o restaurante, que paga um fee aos organizadores para participar, acostumam ter três perfis:
a) aqueles que aproveitam para faturar
b) aqueles que tentam captar um novo publico, aproveitando o week para mostrar o que a sua cozinha tem de melhor
c) aqueles já mais consagrados, aqueles com costas amplas que podem inovar criando um menu novo só para o festival, com a ideia final talvez de incorporá-los a seu próprio cardápio futuramente.

BRADO, surpreendentemente, não se acomoda em nenhuma dessas alternativas.
Participando do week, este não é oferecido inicialmente aos clientes, pelo que a primeira possibilidade se esvanece.
Tampouco mostram a sua cozinha, pois o cardápio do lugar não possui os pratos do week.
É definitivamente não é um consagrado; aberto ha menos de três anos ainda procura o seu espacio e a sua identidade: duma cozinha autoral nos inícios, deliciosa mas que pecava pela quantidade a o cardápio atual, com pratos mais fartos (pelo que vi sair da cozinha).

A julgar pela experiencia vivida, dificilmente esse pratos do week acrescentem o eclético cardápio: Não pecaram pela quantidade, mas sim pela qualidade.

A entrada que escolhemos no jantar foi o tartar de salmão oriental marinhado com manga, que é um diferencial sobre o menu do meio dia.
Boa apresentação mas entrada só correta, pois a manga adocicava por demais o salmão; pecou também pela falta duma textura diferente, uma crocancia  que corte o sabor monocorde do prato.

Nos principais a fraldinha assada com shimeji e purê de batata com wasabi não provocou cobranças , mas tampouco suspiros: uma fraldinha que desmanchava, bom aporte crocante do alho poro frito e um untuoso e bem saboroso purê de batatas, que foi a estrela do prato por sobre a fraldinha.
A fraldinha estava bem assada, a temperatura correta para que não seque mas não conseguiu se destacar...prato acima do correto, 7 pontos...bem longe de ser memorável

A outra pedida, infelizmente, foi o risoto de marisco, pancetta, pecorino e chili... outro diferenciado que se serve só a noite e o motivo real da visita.
Quando percebi que os risotos que eu faço em casa são melhores passei a considerar duas alternativas: ou eu estou para Masterchef  ou este risoto apresentado era uma piada...me inclino pela segunda opção.

O risoto carecia de tudo o que prometia: os frutos do mar eram cinco mexilhões(contados) ...nem lula, nem camarões, nem nada; o pecorino, se realmente estava, sendo um queijo forte e salgado nem se notou no prato.A pancetta estava passada do ponto, perdendo seu único e distinguido sabor.
Em definitiva, um risoto que prometia sabores marcantes e contrastantes acabou num arroz cremoso que "deu para comer".
A sobremesa boa, um brownie morno com sorvete não corregeu os sérios erros dos principais, o dano já tinha sido feito.


Brado é um restaurante jovem, descolado, com uma varanda agradável  mas que se apresenta no week com um menu que não representa a sua cozinha.
Não o sugiro para o week, se voce é alguem que se importa com o que esta dentro do prato e não fica empolgado só com a apresentação.
Em linhas gerais, fora do week me parece um point cool, descolado, onde beliscar umas batatas bravas, comer um hamburguer gourmet ou um principal sem tantas pretensões, escolhendo lo pelo ambiente por sobre a comida, correta mas sem magica.

BRADO 68 pontos

Comida 38/60 pontos
Ambiente 15/20 pontos
Serviço 7/10 pontos
Apresentação 8/10 pontos


Brado
J.Antunes 381, Pinheiros



segunda-feira, 1 de setembro de 2014

LA DA VENDA

2da e 3ra VISITA 

CAPRICHADA COMIDA CASEIRA



 O lugar é um charme só, mistura de armazém, empório e loja de venda de tudo, desde roupa até delicias caseiras, com uma varandinha super convidativa e um páteo interior arejado e bem luminoso.





Não é um restaurante tecnicamente falando, talvez careça da estrutura e de espaço para chama lo de tal, mas a cozinha é de alta qualidade nos ingredientes, de capricho no preparo, de apresentação diferenciada, de atendimento amável e amigável de cada um dos garçons, de preços razoáveis  (uma refeição para dois dificilmente supere os 150 contos) e onde você pode levar seu próprio vinho, pois eles APARENTEMENTE não cobram rolha (melhor checar pois a ultima vez pretenderam me taxar 25 contos).

Como pontos negativos tenha em conta que a proximidade das mesas no páteo ou na varanda  são inevitáveis, pelo que considere o sacrifício de perder parte da sua intimidade, que tampouco abre a noite e que talvez seja meio "feminino" na hora de te lo em conta para um jantar em turma de amigos.






Tudo o que sai da cozinha é tentador, a casa é  famosa pelo seu pão de queijo (feito com queijo da Serra da Canastra, ovos orgânicos e polvilho), mas outras entradas também como pasteis ou o mix de fritos, esta ultima já apontada na matéria anterior.


Sucos orgânicos, quiches suculentos e saborosos, peixes de rio (especialidade da casa), mas arrozes, e pratos  típicos da culinária brasileira, muito bem apresentados e executados.



Nesta vez eu fui numa velha conhecida, a torta de camarão (foto de capa), muito bem feita, com uma massa leve, crocante, arejada de tirar suspiros...os meus!
A minha esposa foi no peixe do dia, o namorado com purê de banana...bom, suculento com boa crocancia aportada pela crosta de granola, mas o peixe em si próprio um pouco seco. 


Na ultima visita pedimos o arroz de forno, com milho, frango orgânico e queijo da serra da canastra: bom mas não memorável.
 Eu fui na maminha flambada na cachaça com um rosti de mandioca e mandioquinha (R$47)...a maminha, embora com sedutora apresentação, esfriou rapidamente pois é servida desfiada; que faz perder mais rapidamente a sua temperatura.  se sugere servi lo mais quente para evitar que o cliente tenha que engoli lo as pressas.





La da Venda é um lugar aconchegante mas do que um restaurante, com entradinhas e sobremesas super tentadoras e principais de cozinha de interior, de cozinha da vovó...  alguns melhor executados do que outros mas inquestionavelmente com uma cozinha caprichada e atenta aos detalhes.

La da Venda
Rua Harmonia 161, Vila Madalena